sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Eu já vi esse filme...


Quem aqui nunca assistiu "A Lagoa Azul"? É esse mesmo o nome do filme? Aquele daquele casal de irmãozinhos que foi parar numa terra desconhecida com um velho e blábláblá... Quem nunca assistiu isso?


Quem nunca assistiu a um filme mais de uma vez? Como você fica? O que é que te passa pela cabeça quando você vê o Titanic afundando o nariz no meio do Oceano Atlântico? O que é que você pensa quando você vê a Elektra querendo tirar a máscara do Demolidor depois de já ter cravado o unsai no ombro dele? O que é que você pensa depois de ver que o Kurt Russel deixou a filha com o namorado pra trás e mergulho pra procurar alguma coisa pra desligar as hélices do Poseidon? O que é que você pensa quando você já viu essas cenas todas mais de uma vez? "Pede pra sair!"?


Legal. Você vê o filme pela trocentésima vez e já sabe de cor e salteado o que vai acontecer depois daquela cena que você vê naquele momento. Você pega aquele vídeo pra assistir e já sabe exatamente o que vai ver desde a hora em que coloca o disco na bandeja do aparelho de DVD até o último segundo dos créditos. E até aí tá tudo ótimo, né?


E quando o assunto é "erro"?


Você, num belo dia, fez uma besteira qualquer na sua vida. Tá bom. Você fez, viu que fez - ou alguém mostrou pra você - , pediu desculpa e ficou tudo certo - ou não; você fez, viu que fez, deu merda de vez e você entendeu que, se fizer de novo, vai dar tudo errado de novo.


E aí você pensa que aprendeu: "Não vou fazer isso de novo porque eu já sei no que vai dar, se eu fizer." E fica todo confiante nesse pensamento de "é só não fazer de novo". Mas e quando esse erro está fora do seu controle? E quando é involuntário ou inevitável? E quando REALMENTE não tem jeito de você impedir que aquilo aconteça - por mais que você queira impedir que aquilo aconteça - , heim?


Mata de raiva! Quando você vê o Kurt Russel nadando pra achar o botão que vai desligar as hélices do Poseidon, você fica com raiva e começa com os "Não! Volta pra lá! Você vai morrer afogado!". E adianta? Não. Naquela cena do Poseidon, o Kurt Russel já está na água e ele vai nadar até achar o painel de controle. E aí você sabe que ele vai tentar apertar o botão pra desligar - mesmo vendo que o botão está quebrado - , vai ter uns espasmos porque ficou sem ar e os pulmões começam a querer puxar o que tiver pra dentro, vai apertar o botão de inverter o sentido das hélices, vai ter um último espasmo e vai morrer afogado. Você sabe que isso tudo vai acontecer e não há o que impeça.


É mais ou menos a mesma coisa. Só que, na vida real, às vezes não dá pra impedir ou parar certas coisas. Você só se toca do erro que você cometeu - pela trocentésima vez - depois que já cometeu. E aí? Reza pra ter conserto? Tá ótimo. Acho que todo mundo devia ter uma oportunidade de pedir desculpa e "começar de novo" tentando não trilhar o mesmo caminho que levou até aquilo. Acho que todo mundo deveria ter uma chance ou duas de não fazer de novo.


E se não tiver?

Um comentário:

Anônimo disse...

Se aquela cena do filme incomoda sempre que vc o assiste – e isso é persistente! – pra que assistir?
Vc sabe que incomoda, msm assim assiste, fica mal dpois... Ah... ficar se maltratando pra que? Tem tanto filme melhor por aí... hehehe...
E na vida real a gt pode controlar sim. Fato. O q a gt não percebe agora, dpois fica + fácil distinguir, avaliar.. Isso se chama aprendizagem.

Fica bem!
:*