segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Despedida

Eis aí uma palavra com um perfil um pouco incomum aqui no blog. Essa não é tão curta, são quatro sílabas, nove letras e... Vamos dizer assim: não é fácil. Nem um pouco. É claro que, só pra variar, estamos tomando por referencial um canceriano que, como eu, tem dificuldade com desapego e afins. Mas, no geral, não costuma mesmo ser uma palavra fácil de se usar ou um assunto fácil de se discutir.
Como um bom exemplo de canceriano, confesso que sou uma pessoa um pouco avessa a grandes mudanças, especialmente porque mudar normalmente implica despedida. Às vezes a gente se despede de alguma coisa, ou de uma pessoa, ou de algum objeto pessoal e assim vai. Muitas vezes pode ser difícil fazer algo que parece tão simples quanto virar a palma da mão pra frente e balançar a mão para os lados.
Semana passada, precisamente, fiz uma grandessíssima mudança na minha rotina. Hoje mesmo começo a ter aulas num cursinho preparatório pra concursos públicos - pois é, lá vou eu também. Mas semana passada eu era, há mais de um ano, professor de um cursinho pré-vestibular. Estava tudo em seu devido lugar: horas e horas de aulas e monitoria durante a semana com um final de semana restaurador pra eu começar tudo de novo na outra segunda-feira, folhas de ponto pra preencher, matérias pra ensinar a um monte de alunos e coordenadores a quem prestar contas de vez em quando.
E onde entra a despedida? Em função da nova rotina e da impossibilidade de conciliar todas as atividades, tive de sair do cursinho onde trabalhava. Assim, de repente. Sexta-feira eu estava cumprindo as minhas horas e ensinando os meus conteúdos e segunda-feira eu não tinha mais horas pra cumprir ou conteúdos pra ensinar. Muitos devem pensar que é uma beleza não ter que trabalhar, não ter contas a prestar nem satisfações a dar. Mas e aquela coisa toda da satisfação profissional e outras coisas que isso envolve?
Deixei de fazer aquilo que mais gosto de fazer como profissional de um dia pro outro. Deixei de conviver com os meus colegas de trabalho, de frequentar um ambiente que ocupava boa parte das minhas horas, de interagir de várias formas com mais de trezentos alunos e assim vai. O mais difícil nisso tudo, na minha opinião, nem foi quebrar drástica e totalmente a minha rotina, mas a relação com as pessoas.
De novo como um bom canceriano, torno a confessar que tenho certa dificuldade em me desfazer de certas coisas. E ver que muitos dos meus alunos - e quando digo "muitos" quero dizer "muito mais do que eu esperava" - ficaram insatisfeitos e até inconformados com a minha saída me partiu o coração. Na minha cabeça - e modéstia à parte - , eu era apenas "um bom profissional cumprindo o seu trabalho", chegando na hora, indo ao trabalho todos os dias e fazendo bem o que tinha que ser feito.
Existem vários fatores que contribuíram pra minha tomada de decisão e atitude tão de repente. Claro que nenhum de nós, em sã consciência, faria algo assim por nada. É sempre pelo nosso bem. Mas aquele monte de adolescentes fazendo caras de insatisfação e inconformidade me comoveu. E me fez pensar que despedida nunca é fácil.

De volta (ou quase isso)

Caríssimas leitoras e caríssimos leitores! Bem-vindos de volta e bem-vindos sempre!
Eis que o Answerless está voltando às suas atividades - ou tentando - depois de muito, muito tempo de ferrugem e estática. Além de não ter tido muito tempo para vir aqui publicar alguma coisa de vez em quando, confesso que andei - ou tenho andado - meio sem criatividade - ou assunto - para fazer novas publicações aqui.
Mas o tempo passa e os tempos mudam. E tudo isso faz com que outras coisas apareçam nas nossas cabeças e que respiremos novos ares. Agora chega de conversa fiada e vamos ao que interessa! =D