tag:blogger.com,1999:blog-42255608535335737462024-03-14T05:05:01.857-03:00AnswerlessPor aqui eu vago e divago devagar. Aqui eu grito, me irrito e entro em conflito. Aqui eu rio, sorrio, rodopio e fico por um fio. Nesse meu mundo torto, pouco se perde, tanto se cria, tudo muda e, pra isso, nem sempre há uma resposta.André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.comBlogger40125tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-62142600742406405392013-05-28T15:36:00.001-03:002013-05-28T15:36:17.047-03:00Amigos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-c7heyHMF4Z4/UaTrONSpE7I/AAAAAAAAAN4/nv8VAWRqBh8/s1600/Friendship.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" src="http://4.bp.blogspot.com/-c7heyHMF4Z4/UaTrONSpE7I/AAAAAAAAAN4/nv8VAWRqBh8/s320/Friendship.jpg" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Essa é uma palavrinha muito especial. E nos dizem, a vida inteira, um milhão de coisas sobre amigos - algumas verdadeiras e outras não. As coisas de que melhor me lembro agora são "você deve escolhê-los com cuidado" e "são a família que a gente escolhe". Nenhuma delas deixa de ser verdade, na minha opinião.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Amigos são uma maravilha, uma delícia, uma verdadeira bênção divina. Claro que a gente não pode simplesmente "deixar nas mãos de Deus"; é necessário cultivar as amizades. Espera... Acho melhor eu falar um pouco dos vários tipos de amigos - da maneira como eu aprendi a diferenciá-los.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Já ouviram falar em "amigos de interesse"? Tenho certeza de que já. Sabe aquela pessoa que só vem falar com a gente quando quer ou precisa de alguma coisa? Com alguns deles você até pode contar, desde que não seja nada sério ou grave. Alguns deles não se incomodam de fazer pequenos favores pra você - desde que você também faça pra eles. Sempre rolam pessoas assim por aí, mas não é desses amigos que eu estou falando.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Um pouco melhores do que esses, mas ainda não chegam lá pra mim, são os amigos de farra. Está tudo certo, tranquilo e lindo, eles estão lá pra comemorar e fazer farra. Arrumou uma namorada? Oba! Juntam-se todos num barzinho e bebemoram o novo casal. Dispensou a namorada? Oba! Juntam-se todos numa balada pra "pegar" quantas der vontade. Mas não tente passar um mau período no namoro - ou qualquer outro mau período - , que eles somem.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Tem também aqueles amigos "de época". Perdi as contas de quantas vezes eu ouvi pessoas me dizerem que conheceram gente legal na escola ou na faculdade, estudaram juntos um tempo e, quando acabou a escola ou a faculdade, nunca mais se falaram. E alguns desses amigos até são bons amigos mesmo. Daqueles que te ajudam a segurar umas barras meio pesadas e tudo. Mas, assim como "cabô míi, cabô pipoca", acabou a faculdade, acabaram-se eles.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Os amigos aos quais eu me refiro são outra história. Alguns deles você conhece há poucos dias e já sentiu que há uma sintonia maluca e, quando percebe, estão conversando coisas que não conversariam com muitas pessoas em quem confiam. Outros deles vêm desde a sua última "grande fase" da vida - no meu caso, desde o cursinho pra concurso público ou até a segunda metade da faculdade. Eles meio que chegaram de fininho, foram ficando, foram ficando e você não consegue mais se ver sem aquelas pessoas queridas.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">E tem aqueles velhos amigos. Antigos, dinossáuricos e jurássicos. Esses são raridade, pelo que eu tenho ouvido as pessoas dizerem. Sabe aquele grupinho de amigos que você conhece desde sabe Deus quando? Aquele grupinho em que, quem você conhece há menos tempo, já conhece há mais de dez anos? NÃO?! Que pena! SIM?! Fala... Se um deles some, você morre, né não?</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Esses não só são especiais pelo tempo de convivência, mas acaba que eles te conhecem tão bem quanto você mesmo - talvez até melhor. Eles estiveram lá pra te ajudar a estudar pra aquela maldita prova de física que quase te reprovou no primeiro ano, estiveram lá quando você terminou o segundo grau e passou no vestibular, estiveram lá pra te dar parabéns pela namorada nova e te botar no colo quando terminou, em todos os seus aniversários, nas farras de violão, piscina, churrasco, sauna, cerveja e choque térmico - uahwuhawuhawuahwuhaw!! - e estiveram lá até quando você era uma criança cabeçuda com óculos de fundo de garrafa e cabelo penteado pro lado. Aqueles que te conhecem bem desse tanto e te amam mesmo assim.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Independente de quanto tempo faz que você os conhece, um amigo de verdade pra mim, é uma bênção divina, sim. Eles estão lá quando você precisa, quando você quer e quando você menos espera. Comemoram, sim, quando você passar uma fase boa e vão estar por perto, sim, quando você passar por tempos difíceis. Vão ser o seu porto seguro e vão ter certeza de que você pode ser o deles também. E a melhor parte nem é só saber que você vai ter apoio quando precisar; pra mim, é saber que eles vão querer que eu seja o apoio deles quando eles precisarem. Essa confiança mútua é simplesmente impagável.</span></span></div>
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<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Meus queridos amigos, muitíssimo obrigado por tudo. Desde o apoio nos momentos mais difíceis até as divertidíssimas bagunças e - por que não? - pela simples existência de vocês na minha vida. Meus tesouros, minhas bênçãos divinas, minha família que eu escolhi. </span></span></div>
André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-8959108902645193042013-05-28T15:36:00.000-03:002013-05-28T15:36:07.792-03:00Desapego<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-DzwhjVhT6iM/UaTE5liuVBI/AAAAAAAAANo/xD2hM_umLo4/s1600/Broken+Chain.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-DzwhjVhT6iM/UaTE5liuVBI/AAAAAAAAANo/xD2hM_umLo4/s320/Broken+Chain.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Essa é uma palavra que já soa meio dura. Só o prefixozinho "des" em qualquer palavra já dá uma noção de contrariedade que nem sempre chega leve aos nossos ouvidos - ou olhos.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Desapegar-se não costuma ser tarefa fácil, ainda que seja de pequenas coisas. Imagina aquele bichinho de pelúcia que você tinha desde quando era criança. Já não é muito fácil se desfazer dele, certo? Qualquer abestado diria: "É só um bicho de pelúcia. E você nem usa mais". Mas, como eu falei, é um abestado.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Aquilo não é só o seu bichinho de pelúcia. Tampouco só o seu bichinho de pelúcia preferido. Se fosse simples assim, primeiro, os seus pais comprariam outros pra você com alguma frequência - e isso não acontece. E, segundo, você não precisaria que alguém dissesse "tá na hora de se desfazer disso, né?". Só que aquele bichinho de pelúcia é especial porque ele enfeitou uma prateleira do seu quarto durante muito tempo. Aliás, bem provável que ele tenha enfeitado a sua cama. E quantas noites você dormiu abraçado(a) com ele? E quantas vezes você já pediu pra sua mãe costurar o focinho, o braço ou a orelha? Não, definitivamente não é "só um bicho de pelúcia que você não usa mais".</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não vou me cansar nunca de perguntar isso: e quando é com pessoas?</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Aí, minha cara leitora e meu caro leitor, é que não é fácil mesmo. Ou não costuma ser. Nesses meus quase vinte e sete anos, vendo pessoas virem e irem, andei aprendendo algumas coisas sobre o desapego.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Acho que a mais relevante - ou uma das mais - é que, quando você tem um motivo pra se desapegar, é ridiculamente fácil. Oquei, talvez eu tenha me expressado errado. Por exemplo... Quando você descobre que aquele vadio te traiu, você termina o namoro puta de raiva e rapidinho arranca o peste da cabeça. Não? Bom... Pra mim funciona assim - mas com a devida transposição pro feminino, por favor.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Bem pelo contrário... E quando é aquela amiga que, por algum motivo que ninguém na vida consegue explicar, você "ama de paixão"? Faz um tempaço que ela não te liga, quando é você quem liga, ela atende rapidinho e nunca pode falar, não retorna suas ligações, não responde mensagem de celular nem e-mail, mas ainda assim você adora a peça? Desapego fica complicado... Você faz - quando faz - a contragosto. Você faz porque, em algum momento, percebe que não tem espaço na vida daquela pessoa, mas ainda tem uma coisa torta no peito que te diz "Nããããão! Não esquece, não! Continua ligando". Uma bela maldição...</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E ainda tem aqueles casos - tortíssimos, na minha opinião - em que o desapego é meio forçado. Do tipo "dar um tempo". Eu sempre tive na minha cabeça que "dar um tempo" só serve pra duas coisas: pra alguém aparecer com chifre ou pra adiar um fim inevitável. E, nesse segundo caso, ao menos quando o sujeito já está calejado, ele já vai se preparando psicologicamente pro "golpe de misericórdia" - que, muitas vezes, não é muito misericordioso. Já vai se acostumando a não ouvir o telefone tocar, a não programar um fim de semana assim ou assado e, às vezes, à ideia de devolver umas coisas que estão no quarto.</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Claro que algo tão penoso e complicado de se fazer tinha de ter uma compensação - afinal de contas, a, por vezes, aguda e longa dor do desapego não podia ser só uma dor gratuita. Depois do preparo psicológico prévio pro golpe de misericórdia ou do simples exercício do desapego, a sensação acaba sendo boa. Você se sente...</span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Desapegado. </span></span></div>
André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-6859124001412226792012-05-14T19:40:00.000-03:002012-05-14T19:43:10.032-03:00Nostalgia<div align="justify">
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<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-eee6DDg5-pY/T7GKKdL97pI/AAAAAAAAABI/nDwAwCb4ifk/s1600/Nostalgia.bmp" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" dba="true" height="203" src="http://4.bp.blogspot.com/-eee6DDg5-pY/T7GKKdL97pI/AAAAAAAAABI/nDwAwCb4ifk/s320/Nostalgia.bmp" width="320" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Eis aí uma palavrinha que ouvimos com alguma frequência, especialmente vinda da boca do pessoal que já passou dos vinte anos. E quanto mais velhos ficamos, mais temos tendência a essa sensação torta que é a nostalgia - digo torta porque, apesar de, no dicionário, ser irmã gêmea da saudade, normalmente as pessoas que parecem nostálgicas não parecem ter muita saudade daquilo de que falam.</span></div>
</div>
<div align="justify" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Agora há pouco, no banho, eu estava cantando uma música da Marina Lima. Não lembro qual é o nome da música, mas ela diz: "Essa noite eu quero te ter/ Toda se ardendo só pra mim/ Essa noite eu quero te ter/ Te envolver, te seduzir". Isso me faz lembrar que eu não consigo ver música - de maneira geral - tão boa quanto a da década de oitenta. E aí começa a entrar uma das nostalgias de que as pessoas falam: a falta que faz um tempo ido, muitas vezes anterior às próprias pessoas. Cara! Quando eu nasci, provavelmente a Marina já tocava essa música! Que coisa doida...</span></div>
</div>
<div align="justify" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Eu não consigo não brincar assim, de vez em quando: "Eu, sujeito quadrado, nascido na metade dos anos oitenta...". Ou, às vezes: "No meu tempo, tevês tinham uma cauda comprida, video game era preto e tinha fios e carro esportivo tinha o motor grande, e não as rodas". Não só quando eu digo isso, mas, vez por outra, quando eu ouço as pessoas dizerem que as coisas parecem meio distorcidas, tortas ou fora do lugar hoje em dia. A própria música, o comportamento das pessoas, o mundo, os valores...</span></div>
</div>
<div align="justify" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Aquele filme "Meia-Noite em Paris" retrata a nostalgia da maneira como as pessoas mais interpretam hoje em dia. Os personagens sempre têm a sensação de que o tempo anterior aos seus era melhor que os seus próprios tempos. O personagem principal, do século XXI, acha que a época mais legal eram os anos vinte do século XX. A personagem dos anos vinte, por sua vez, acha que a melhor época era a Belle Époque, muitos anos antes de seu tempo também.</span></div>
</div>
<div align="justify" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">E parece que é assim que muitas pessoas se sentem. Eu, inegavelmente, afirmo com todas as letras que não houve época melhor pra música que os anos oitenta. Pro resto, talvez os anos noventa. A melhor época da minha vidinha foram os anos 2002 e 2003 - quando eu estava no segundo grau e só precisava fazer dever de casa. Muita gente concorda com essas e outras coisas. O melhor tempo da música é a década xis, o melhor do cinema foi a ípsilon, o melhor da vida foi a faculdade ou a adolescência...</span></div>
</div>
<div align="justify">
<br /></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS;">No fim, somos todos nostálgicos e tortos, achando que não pertencemos à nossa época.</span></div>
</div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-21551166001086164522011-12-14T22:40:00.003-02:002011-12-15T10:29:02.966-02:00"Mas foi só uma galinha..."<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Assim como provavelmente a maioria de vocês, eu soube recentemente do, vamos dizer assim, espantoso episódio da galinha voadora num colégio da asa norte. E claro que, como a maioria das pessoas, assim que soube com detalhes do episódio, tirei as minhas conclusões. Nada mais justo que dividi-las com vocês, meus caros leitores.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Pra quem não sabe do episódio, é muito simples: num determinado colégio aqui em Brasília, na asa norte, um aluno apareceu com uma galinha - é meio inusitado, eu concordo. Esse sujeitinho e/ou seus colegas resolveram tirar a galinha de dentro da caixa onde ela estava e "brincar" com ela. Coisas como assustar, trancar num lugar com pessoas que, provavelmente, vão se assustar - e, consequentemente, assustar o pobre do animal... Essas coisas nada saudáveis que fazem a alegria de um adolescente de vez em quando.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">O orientador disciplinar - que eu já tive a oportunidade de conhecer e, a julgar pela descrição dada por outro funcionário do colégio, que disse que "vê se os meninos estão dentro das salas de aula, se estão de uniforme...", enquadra-se perfeitamente no trabalho de um bedel - , ao ver a cena, decidiu simplesmente livrar-se da galinha. Pra surpresa da maioria, pegou o animal pelas asas e pelas patas e atirou-a para o outro lado do muro da escola.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Vamos parar um instante. Primeiro: por que diabos um adolescente levaria uma GALINHA pra escola? Quer dizer... É claro que o orientador disciplinar fez o que fez e não foi nada bonito, mas não tiremos do menino a parcela da história que cabe a ele. Vamos concordar que nada disso teria acontecido se ele não tivesse se aventurado a levar uma galinha - em vez de um brinquedo ou um instrumento musical - pro colégio.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Como se não bastasse o fato, ainda tem gente que defende o orientador disciplinar dessa escola. Que não é justo culpá-lo por isso e por aquilo. Não?! Não é justo?! Tá... Pergunta clássica do blog: e quando é com pessoas?</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">É claro que não foi nada demais. Afinal de contas, foi uma galinha que ele jogou por cima do muro. Mas e se fosse o cachorro de estimação de uma dessas pessoas que estão defendendo esse personagem da história? E se o orientador disciplinar tivesse jogado por cima do muro o seu yorkshire terrier ou o seu maltês? Eu tenho certeza mais que absoluta de que não seria "nada demais". Seria, né? Eu sabia que concordaríamos em algum ponto.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">O próximo passo - e o mais importante de todos - são as lições que esse sujeito ensinou aos adolescentes ao jogar o animal por cima do muro. Pra começo de conversa, que "problema dos outros a gente joga por cima do muro". Que tal? E que tal "você não precisa se importar se é um bicho de estimação de outra pessoa, contanto que você se livre do problema"? E que tal ainda "vale tudo pra manter a disciplina na escola"?</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">O que um sujeito desse não lembra é que quanto mais alto o cargo que a gente exerce, maior a responsabilidade que a gente tem. Quanto mais alta a posição, mais pessoas ouvem o que a gente diz e veem o que a gente faz. O que esse cara não lembra é que NINGUÉM tem o direito de fazer o que ele fez e, muito menos, um ORIENTADOR DISCIPLINAR, que deveria manter a disciplina e, muito antes disso, dar o exemplo aos alunos da escola em que trabalha e a todos os outros.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">E o que eu acho que ninguém pensa é que as pessoas que acham graça de um episódio como esse e/ou as que defendem pessoas como o nosso personagem em questão são o mesmo tipo que queima índio, espanca garçom em bar na praia, estupra criança no parque e outras coisas horrendas que as pessoas têm mania de achar que quem faz é quem não tem discernimento.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Não têm, mesmo, mas frequentam escolas particulares e tudo.</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-63184409580550607552011-12-02T12:59:00.008-02:002011-12-02T13:24:22.032-02:00IncertezaHoje eu chorei. Não que isso seja uma novidade na vida das pessoas ou na minha, mas eu chorei como eu não sei se as pessoas normalmente fazem quando passam por certas coisas.<br /><br />Uma fase maldita na vida de uma pessoa é a tal de estudar pra concurso público. Tem gente que já sai da escola pensando nela e preparando-se pra ela desde cedo. Já entra numa faculdade de direito como uma forma de adiantar algumas matérias necessárias pra ser aprovado e tudo mais. Há outras pessoas, eu diria que menos sortudas, que acabam caindo na fase do concurso público por não ter outra opção.<br /><br />Uma pessoa que escolhe cursos como medicina, direito ou arquitetura sai da faculdade com emprego na maioria das vezes - ou com uma boa perspectiva. Já sabe o que vai fazer da vida, já sabe que tem mercado pra ela e, normalmente, já sabe que tudo pode dar certo. O fato é que algumas pessoas escolhem profissões "erradas", ou seja, aquelas que, por algum motivo, não têm perspectiva boa de crescimento. Como é o caso do professor, que a gente bem sabe o que passa.<br /><br />"Tudo bem. Passar num concurso não deve ser tão difícil assim." E a gente se anima, se programa pra estudar tantas horas por dia, tantas matérias e estar preparado pra aquela prova que pode resolver a nossa vida em definitivo - quer dizer, considerando que o serviço público dê mesmo a segurança e a estabilidade com as quais todo mundo sonha. E há dias em que a gente se sente ótimo. A gente sente que está aprendendo, que está cada dia melhor, que o ritmo de estudo está bom e que a aprovação está cada vez mais perto.<br /><br />E há dias em que a gente não sabe se dá conta ou acha que não dá. De repente, tem uma pilha de livros abertos em cima da mesa, bem na frente dos seus olhos. Você sabe que está estudando várias horas por dia até porque ninguém diz que é pouco. E você estuda, e estuda e vê aquela pilha de livros na sua frente, um edital com um monte de matérias que você não sabe se vai dar conta de aprender a tempo e aí é que fica legal: bate aquele medo horrível de não passar, de não dar conta. E depois? E se não passar?<br /><br />Mas por que eu chorei hoje? Parece bobo, mas eu vi o meu gato. Só isso. Um felinozinho bem deitado numa cama, enrolado num cobertor, dormindo igual a um anjo. E pense: "Que vida mansa. Ele tem uma casa onde morar, pessoas que o amame o alimentam... e pronto. Vai ter isso pro resto da vida." Soma-se isso ao medo de não passar num bom concurso público, causado por uma pilha de livros abertos e um dia em que a cabeça parece não funcionar direito e pronto: um humano que acha que gostaria de ter uma vida como a do seu bicho de estimação por pensar que deve ser muito mais tranquila.<br /><br />É normal?André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-75733616424161949982011-08-27T12:34:00.002-03:002011-08-27T12:47:54.562-03:00Para os mudanceiros<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Mudanças. Não sei por que, mas tem gente que adora mudanças. Tira um móvel do lugar e coloca em outro, troca o relógio de braço compra um guardarroupa novo, muda corte de cabelo e tudo mais. E tem gente que muda quase tudo na vida do mesmo jeito que muda de ideia. E, às vezes, acontece assim com mudanças mais profundas. Mas o que poucos percebem é que, no fundo, muitas vezes as coisas mudam e continuam as mesmas.</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Dos sete até os catorze anos de idade, você é uma criança que tem de vestir um uniforme - muitas vezes feio - e ir pra escola. Você passa sua manhã ou sua tarde numa sala de aula e sua tarde ou sua manhã fazendo o dever de casa em casa. às vezes rola aquele curso de inglês ou aquela aula de natação, mas é uma rotina bem certinha. Nos fins de semana, você vai com a sua família pra casa de um tio e passa a tarde de domingo inteirinha lá e, nas férias, você pode dormir até mais tarde e ficar mais tempo embaixo do bloco com os seus amigos.</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Dos quinze aos dezessete anos tudo muda. O seu uniforme não é mais tão feio - em parte porque agora você pode usar calça jeans e não é mais obrigado a usar tênis - , você muda de pátio no colégio e tem matérias diferentes pra estudar. O que é melhor: você não é mais criança; é um adolescente. E agora o seu rosto tem espinhas, você começa a notar que você - rapaz - está ficando mais alto e - moça - seus quadris e seios de mulher já estão definidos. O que pouca gente repara é que você continua passando um turno do seu dia na escola, outro estudando em casa, a tarde de domingo na casa do tio e as férias embaixo do bloco. Tá, às vezes rola uma boate, um show ou coisa assim - porque, afinal de contas, você não é mais criança - , mas eles só enraram no lugar do video game e do cinema.</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">E aí você entra na faculdade. Seu pai já não te leva pra mesma escola - e, muitas vezes, você mesmo é quem dirige pra faculdade - , você não usa mais um uniforme, pode não saber se vai passar um ou dois turnos do seu dia no novo local de aprendizado e praticamente todas as amizades mudam. Claro que você conserva os velhos amigos da escola, mas um queria fazer Direito, o outro queria Medicina e o mais doido queria Engenharia Mecatrônica. É tudo absolutamente novo! Incrível! O que é mais incrível ainda é que você continua passando uma parte do seu dia numa sala de aula, outra parte estudando em casa e tudo mais. Tudo novo mesmo?</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Depois de quatro ou cinco anos - na maioria das vezes - , você se forma. Veste uma roupa engraçada, sobe num tablado, recebe um diploma e um abraço de um professor que você pode nunca ter visto e pronto. Vamos para o mercado de trabalho. E aí você vai para um cursinho estudar pra um concurso público ou pra entrar na entidade de classe da sua profissão. É tudo diferente: você não tem mais de tirar boas notas pra passar de ano, não tem deveres de casa e, definitivamente, vai estudar só as matérias lhe forem convenientes. Mas vai continuar passando uma parte do seu dia numa sala de aula e outra parte estudando em casa.</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">E essa fase, fatalmente, acaba. Você passa num bom concurso público ou tira o seu CRAlgo, é nomeado ou contratado e vira um cidadão respeitável, com direitos, obrigações e um contracheque. Vai para um escritório trabalhar de seis a oito horas por dia e voltar pra casa, porque no outro dia tem de fazer tudo de novo. Ah! Você não está mais numa sala de aula, é verdade. Mas está num escritório, consultório, gabinete ou coisa parecida. E passa parte do seu dia lá, fazendo o que tem de fazer e, possivelmente, vai passar uma parte do dia em casa fazendo coisas do trabalho.</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Mudou alguma coisa?</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-13773658064043092442011-04-06T19:10:00.004-03:002011-04-06T19:28:15.019-03:00Palavras de um Ex<a href="http://4.bp.blogspot.com/-dQiMucaEnLc/TZzo1ueXq0I/AAAAAAAAABA/ZMh83Hm21Bg/s1600/Broken%2BHeart.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592600846993435458" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 294px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/-dQiMucaEnLc/TZzo1ueXq0I/AAAAAAAAABA/ZMh83Hm21Bg/s320/Broken%2BHeart.jpg" border="0" /></a> <br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ai, você...</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Você era uma loucura alguns anos atrás. Eu te desejava como todos na minha idade te desejavam. Eu te desejava com amor, com paixão, de corpo e alma, quase alucinadamente. Todos os dias pensava em você. Você era o meu sonho de consumo, meu desejo, minha motivação, minha inspiração, minha musa.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E um dia eu consegui te alcançar! Como foi lindo!</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Os primeiros dois anos foram realmente como uma paixão louca. Eu acordava pensando em você, dormia pensando em você e sonhava com você quase todas as noites. E mesmo de dia eu era bem capaz de sonhar acordado com você. Passava os meus dias inteiros no teu seio e adorava isso. Parecia que nada mais era necessário. Eu e você tínhamos uma relação louca, insana, quase doentia.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E aí a nossa relação ficou doentia de verdade...</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu não queria mais passar o dia inteiro com você, mas você não me dava escolha. Queria ir embora, mas você não deixava. E, quando ia, você me fazia pensar em você o tempo inteiro. Que inferno! Passou-se mais um ano, e mais um, e mais outro... Todos pensavam que, ao final de cinco anos, eu seria capaz de me livrar de você. Mas eu não fui. Eu sabia que precisava de mais algum tempo. O que eu não sabia é que eu precisaria de tanto tempo a mais.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Os dias, então começaram a passar como horas. As horas, como minutos. Os minutos, como segundos. E cada segundo era uma eternidade. Eu não conseguia mais ver a hora de me livrar de você. Você já não era mais o meu desejo, a minha motivação, a minha inspiração; era agora a minha doença, a minha praga, a minha maldição. E quanto mais eu fizesse para me livrar de você, mais você parecia grudar em mim e tomar conta da minha vida. Minha rotina funcionava em seu favor. Meu trabalho vinha em segundo plano, porque você assim queria. Até amizades minhas mudaram por sua causa.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas hoje, depois de sete anos, eu finalmente me libertei!</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Daqui a pouco - pensei em dizer anos, mas já posso dizer segundos ou décimos de segundo, se eu quiser - , eu vou olhar para você e dizer "Até mais". Ou "Até nunca mais". Você já tomou mais de um quarto da minha vida, e agora eu quero dar espaço para outras coisas, que agoro julgo mais importantes que você. Ah, esqueci! Era você que se julgava mais importante que tudo! A minha rotina, o meu trabalho, tudo era por sua causa. Mas agora, minha querida, não é mais. Nada disso. Nada meu tem a ver com você. Carrego duas marcas suas, é verdade. No entanto, para mim são duas provas de que eu sobrevivi a você, são dois troféus, duas medalhas que vou pendurar no pescoço, por baixo da camisa, e mostrar para quem quiser ver.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Adeus, querida. Quem sabe não nos vemos de novo? Mas não como antes, não numa relação doentia, de uma necessidade psíquica desmedida e incontrolável. Adeus, meu bem. E apesar de tudo, obrigado por tudo.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Adeus, UnB!</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-8653833907538508752010-11-12T02:02:00.002-02:002010-11-12T02:26:57.649-02:00Raiva<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Assim. Curta. Grossa. Ríspida. Dura. Dissíliba, cinco letras e, só pra variar, de um impacto imenso na pessoa que se atreve a senti-la.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas como a raiva vem até nós?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não sei. Na verdade, às vezes não faço ideia. Mas acontece, de vez em quando, de estacionarmos o nosso carro onde quer que seja e, quando voltamos, tem um maldito amassado na nossa porta. Calma... Tem um o quê? Amassado na porta? Não, antes disso... Tem um MALDITO amassado na porta. Hmmm...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Aí você chega em casa já meio fulo da vida - ou mesmo que não chegue nem meio fulo da vida - , deixa as suas coisas onde elas têm que ficar e dá uma bela topada com o mindinho do pé no pé do sofá. Primeira coisa que vem à cabeça? Não sejamos hipócritas! A maioria das topadas com o pé no pé do sofá vêm seguidas de um sonoro "puta que pariu". Mas dito assim: PUTA QUE PARIU! Heim?! Como? De onde veio esse palavrão?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Tá. Já vimos que alguma coisa nossa que, por algum motivo, aparece estragada e dor às vezes levam-nos a ter raiva. Mas tem aquela velha pergunta que, volta e meia, rola solta pelo Answerless: e quando é com pessoas?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Alguns de nós já tivemos a infelicidade de ganhar um chapéu de boi. Até aí, digamos que não haja problema - mas há. O fato é que a coisa pega na gente de verdade quando descobrimos. E aí, meu querido e minha querida, sobe aquele vapor de alguma coisa à cabeça e não tem santo que consiga te fazer parar de dizer impropérios sobre aquele infeliz que te condecorou com o chapéu de boi. Ou tem? Não. Não tem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não só acontece assim, como também acontece quando damos um voto de confiança a uma pessoa e ela faz exatamente o oposto do que deveria com o seu voto de confiança. Tipo assim... Você cede a sua casa, o seu espaço, abre mão da sua individualidade e privacidade em vários aspectos e, de repente, a pessoa que você acolheu vai embora sem nem deixar rastro. Ahn? Você fica com o quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E claro que eu não podia deixar de mencionar aquele Zé-Ruela que vai ao seu blog e publica comentários ridículos em anonimato. A primeira coisa que vem é o incômodo de ler aquele impropério no seu blog. A segunda que vem é a pulga que coça atrás da orelha porque você não consegue saber quem é o infeliz que teve a covarde audácia de te ofender - ou algo assim - sem se identificar. Vai... É o fim da picada, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Juta todas essas coisas num só dia ou momento e pronto! Você avermelha, fumaça, espuma e faz mais um bocado de coisas que a gente só faz quando tem o quê? É... Aquela coisa feia que faz a gente falar palavrões e ter vontade de encher um e outro de porrada até a tampa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">É humano, né?</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-29868451240645249222010-11-12T01:49:00.003-02:002010-11-12T01:58:25.630-02:00Burocracia<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Caríssimos leitores,</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Muitos de nós cremos - ou sabemos - que cada um de nós tem uma missão nessa vida e/ou mundo, e é em função disso este pequeno comunicado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ando percebendo que existem certas criaturas - a quem podemos referir-nos como nécios, apedeutas, baguais, biltres, sacripantas, mentecaptos, cretinos ou infelizes filhos de uma puta - cuja miserável existência tem como objetivo nada além de levar sua própria miséria a outras pessoas, incomodando-as pouco a pouco até que percam a paciência, a sanidade mental ou qualquer outra faculdade ou atributo humano que nos torne pessoas dignas e civilizadas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Em decorrência de tal constatação, gostaria apenas de avisá-los que comentários passarão por um filtro antes de virem ao blog. Comentários anônimos continuaram sendo permitidos. A diferença é que agora não é qualquer nécio, apedeuta, bagual, biltre, sacripanta, mentecapto, cretino ou infeliz filho de uma puta que pode ter seu comentário aqui.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Aos leitores que não se enquadram no perfil descrito acima, não vai fazer diferença. Sintam-se à vontade pra ler e comentar quando quiserem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Beijos e abraços!</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-82271383924444188462010-10-25T23:40:00.003-02:002010-10-26T00:11:51.130-02:00Despedida<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eis aí uma palavra com um perfil um pouco incomum aqui no blog. Essa não é tão curta, são quatro sílabas, nove letras e... Vamos dizer assim: não é fácil. Nem um pouco. É claro que, só pra variar, estamos tomando por referencial um canceriano que, como eu, tem dificuldade com desapego e afins. Mas, no geral, não costuma mesmo ser uma palavra fácil de se usar ou um assunto fácil de se discutir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Como um bom exemplo de canceriano, confesso que sou uma pessoa um pouco avessa a grandes mudanças, especialmente porque mudar normalmente implica despedida. Às vezes a gente se despede de alguma coisa, ou de uma pessoa, ou de algum objeto pessoal e assim vai. Muitas vezes pode ser difícil fazer algo que parece tão simples quanto virar a palma da mão pra frente e balançar a mão para os lados.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Semana passada, precisamente, fiz uma grandessíssima mudança na minha rotina. Hoje mesmo começo a ter aulas num cursinho preparatório pra concursos públicos - pois é, lá vou eu também. Mas semana passada eu era, há mais de um ano, professor de um cursinho pré-vestibular. Estava tudo em seu devido lugar: horas e horas de aulas e monitoria durante a semana com um final de semana restaurador pra eu começar tudo de novo na outra segunda-feira, folhas de ponto pra preencher, matérias pra ensinar a um monte de alunos e coordenadores a quem prestar contas de vez em quando.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">E onde entra a despedida? Em função da nova rotina e da impossibilidade de conciliar todas as atividades, tive de sair do cursinho onde trabalhava. Assim, de repente. Sexta-feira eu estava cumprindo as minhas horas e ensinando os meus conteúdos e segunda-feira eu não tinha mais horas pra cumprir ou conteúdos pra ensinar. Muitos devem pensar que é uma beleza não ter que trabalhar, não ter contas a prestar nem satisfações a dar. Mas e aquela coisa toda da satisfação profissional e outras coisas que isso envolve?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Deixei de fazer aquilo que mais gosto de fazer como profissional de um dia pro outro. Deixei de conviver com os meus colegas de trabalho, de frequentar um ambiente que ocupava boa parte das minhas horas, de interagir de várias formas com mais de trezentos alunos e assim vai. O mais difícil nisso tudo, na minha opinião, nem foi quebrar drástica e totalmente a minha rotina, mas a relação com as pessoas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">De novo como um bom canceriano, torno a confessar que tenho certa dificuldade em me desfazer de certas coisas. E ver que muitos dos meus alunos - e quando digo "muitos" quero dizer "muito mais do que eu esperava" - ficaram insatisfeitos e até inconformados com a minha saída me partiu o coração. Na minha cabeça - e modéstia à parte - , eu era apenas "um bom profissional cumprindo o seu trabalho", chegando na hora, indo ao trabalho todos os dias e fazendo bem o que tinha que ser feito.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Existem vários fatores que contribuíram pra minha tomada de decisão e atitude tão de repente. Claro que nenhum de nós, em sã consciência, faria algo assim por nada. É sempre pelo nosso bem. Mas aquele monte de adolescentes fazendo caras de insatisfação e inconformidade me comoveu. E me fez pensar que despedida nunca é fácil.</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-83163011974086548052010-10-25T23:37:00.002-02:002010-10-25T23:40:27.212-02:00De volta (ou quase isso)<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Caríssimas leitoras e caríssimos leitores! Bem-vindos de volta e bem-vindos sempre!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eis que o Answerless está voltando às suas atividades - ou tentando - depois de muito, muito tempo de ferrugem e estática. Além de não ter tido muito tempo para vir aqui publicar alguma coisa de vez em quando, confesso que andei - ou tenho andado - meio sem criatividade - ou assunto - para fazer novas publicações aqui.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas o tempo passa e os tempos mudam. E tudo isso faz com que outras coisas apareçam nas nossas cabeças e que respiremos novos ares. Agora chega de conversa fiada e vamos ao que interessa! =D</span></div>André Reishttp://www.blogger.com/profile/04585680264118238245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-958047291234771562010-03-15T12:45:00.002-03:002010-03-15T13:35:17.553-03:00Sonhar e Sorrir Vol. 10<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu matei uma assassina - Parte 8</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você não ficou com medo de ter sido traído?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Olha... Quando você disse que tinha levado "o cara que sabe demais" eu achei que pudesse ser encrenca. Mas, de todo jeito, eu estaria ganhando tempo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É mesmo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O cara precisava digerir a informação e castigar a assassina de aluguel incompetente, né? - Eu falei e comecei a rir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E se ele não o fizesse.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ele faria, com certeza. É o cabeça do grupo. Ele ia querer dar o exemplo a outros capangas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que coisa, Dé. Eu não teria imaginado nunca que ele era o seu amigo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nem eu. Por isso fiquei tão surpreso. O que eu soube é que ele tinha sido morto por alguém da GREVE. Foi absolutamente decepcionante descobrir que ele próprio era o chefe.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Deu pra ver na sua cara.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... Agora já acabou. A polícia está cuidando dele. Por falar nisso, não tem risco de virem atrás de você?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não. Ele não sabe nada sobre mim. A pistola está limpa, as maçanetas e as torneiras também... No máximo, podem ir ao colégio te perguntar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas eu não sei de nada! - Eu disse levantando as mãos e olhando para cima. Os dois rimos com a cena.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Estávamos a caminho do meu apartamento. Agora parecia que tudo estava no lugar; Bruno iria para a cadeia, Isabela estava fora de perigo e eu tinha feito o que queria ter feito. Destranquei a porta do apartamento, entramos, fechei a porta e acomodamo-nos. Sem nem perguntar se ela queria, servi dois cálices de vinho, que tomamos largados no sofá da sala.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você falou em pistola limpa agora há pouco. - Comecei. - Por que deixou a sua pistola lá?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu não quero mais ver aquela pistola de jeito nenhum.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nossa! Por quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Porque foi ele quem me deu aquela pistola. E justamente pra fazer esse tipo de coisa. Foi ótimo atirar nele com ela, mas um tiro já está mais que bom.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Entendo. E por que não atirou com a minha?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu não queria correr o risco de descobrirem que a bala saiu da sua arma. Não quero encrenca pra você.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, Bela... Você é...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Um amor? - Ela perguntou rindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uma menina. É esperta demais, mas é uma menina.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ei! Essa fala é minha!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu sei! Por isso eu disse! - Os dois rimos alto e fomos para o meu quarto com os cálices de vinho. Estiramo-nos na cama e continuamos bebericando devagar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Então... Tráfico interrompido, bandido na cadeia... Caso encerrado, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Graças a Deus! Gostei de pegar um bandido, mas ainda acho que gosto mais da sala de aula.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É mais seguro, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Com certeza. - Suspirei. - Eca... Bandido, tráfico de armas, ameaças... Três das piores coisas do mundo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É? E o que seriam três das melhores?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Olhei fundo nos olhos dela, tomei o cálice dela, bebi um gole, coloquei-o no chão e, enquanto respondia, abracei-a e puxei-a para cima de mim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vinho antes e sucrilhos depois...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uau!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Depois de duas longas e deliciosas horas ela respirou fundo e perguntou:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Agora eu posso ir para casa, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É... Pode... Ele não vai mais te atormentar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que maravilha! Adorei ficar aqui com você, mas poder voltar pra casa é sempre um alívio.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É, não é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela me deu um beijo longo, levantou-se e vestiu-se sem pressa. Vesti apenas um jeans e segui-a até a sala. Ela pegou a bolsa e foi para a porta, que eu abri para ela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu vou poder te ver de novo? - Ela perguntou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sempre que quiser. - Respondi sorrindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah! Que bom.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Já tem meu telefone, meu endereço... Vai ser fácil.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E o que você vai fazer amanhã?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... Amanhã é feriado. Não planejei nada. Acordar tarde, ficar à toa... E você? O que vai fazer amanhã?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah... Eu... Acho que também vou acordar tarde e ficar à toa... Afinal, amanhã é feriado... - Ela me abraçou e beijou longamente enquanto fechava a porta com o pé.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-74157819799068151912010-03-09T22:53:00.003-03:002010-03-09T23:34:09.937-03:00Sonhar e Sorrir Vol. 9<a href="http://4.bp.blogspot.com/_YSFk881gxc0/S5cEmiywXDI/AAAAAAAAADo/8TuDIBFbXzs/s1600-h/Aviso.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5446827334549134386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 174px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_YSFk881gxc0/S5cEmiywXDI/AAAAAAAAADo/8TuDIBFbXzs/s200/Aviso.gif" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Aviso: esta publicação é imprópria para menores de 16 anos, contendo cena de sexo, violência e palavras de baixo calão. Se você tem menos de 16 anos ou não gosta do que pode haver aqui, acho melhor sair do blog por agora. Se você tem, pelo menos 16 anos, e quer mesmo saber do que se trata, divirta-se! =P</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">--</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu matei uma assassina - Parte 7<br /><br />- A que horas você pretende ir visitar o nosso amigo, Dé?<br />- Umas seis, seis e pouco.<br />- Algum motivo especial?<br />- Na verdade, não. Quero esperar até perto de anoitecer, mas não quero que seja muito tarde. Preciso trabalhar amanhã de manhã.<br />- Ué... Vai trabalhar no feriado?<br />- Mas ama... - Parei um instante. - É verdade... Amanhã é feriado. Então nesse caso, só não quero chegar tarde da rua.<br /><br />Eu estava lavando a louça do almoço quando tivemos essa conversa. Não tínhamos feito muita coisa até aquela hora; uma noite longa pode não cansar muito, mas duas noites longas seguidas fazem qualquer um levantar tarde. Acordamos perto de meio-dia, encomendei uma pizza, almoçamos e fui lavar a louça.<br /><br />- A que horas devo estar pronta?<br />- Pronta pra quê, mocinha? - Perguntei sorrindo.<br />- Para irmos.<br />- Ehr... - Hesitei. - Eu prefiro que você não vá.<br />- Por quê?!<br />- Eu não quero te sujeitar a nada do que pode acontecer lá.<br />- Não acha que eu também tenho direito a acertar umas contas com ele?<br /><br />Terminei de enxaguar o último prato, fechei a torneira, pus o prato no escorredor e, enquanto enxugava as mãos, virei para ela e disse:<br /><br />- Eu acho. Mas esse cara já matou um amigo meu e eu não sei se ele costuma perdoar um erro de alguém que ele paga.<br /><br />Ela fez que ia dizer alguma coisa, mas desistiu a meio caminho. Abaixou um pouco a cabeça, olhou de novo para mim, abraçou-me e disse com a voz fraca:<br /><br />- Eu vou também, tá?<br />- Não, Bela. - Envolvi-a com os meus braços também. - Prefiro que você...<br />- Escuta aqui uma coisa. - Ela olhou fundo nos meus olhos e disse num tom de voz firme. - Eu sei que pode ser perigoso e queo perigo inclui, por exemplo, morte, seu menino. - O tom de voz tornou-se mais suave. - Mas eu também tenho o que descontar, eu também gosto de você e eu também não gosto nem um pouco da ideia de não poder te ver de novo.<br />- Ai, Bela... - Suspirei. Eu queria falar alguma coisa, mas não me veio nada à cabeça.<br />- Eu acho que eu posso ajudar em alguma coisa. De repente, se ele não estiver em casa, posso abrir a porta pra você.<br />- Aiai... - Suspirei de novo. - Tá bom. Você venceu. Mas com uma condição.<br />- Qual?<br />- Vamos fazer tudo em comum acordo. A menos que o outro esteja em perigo, não vamos fazer nada que seja precipitado.<br />- De acordo. - Ela falou e beijou longamente a minha boca.<br />- Quer dizer, então, que a lourinha não gosta da ideia de não me ver de novo?<br />- Perguntei como se quisesse fazer graça do que ela disse. Fiz algumas pequenas pausas para beijar-lhe a boca.<br />- Nem um pouco - Ela disse e beijou-me de novo.<br />- Não mesmo?<br />- Detesto. Eu, na verdade, já não gosto da ideia de não te ver sempre que eu quiser.<br />- É sério isso?<br />- Seriíssimo.<br />- Nossa... E agora?<br />- Agora está cedo. Faltam umas quatro horas pro sol começar a se pôr.<br /><br />Ri baixinho. Eu esperava outra resposta, mas adorei aquela.<br /><br />- Eu perguntei sobre a nossa situação, menina, não sobre esse exato minuto.<br />- Ah, eu sei.<br />- Eu sei que você sabe. - Continuávamos fazendo pequenas pausas para trocar beijos. - E então?<br />- Então eu acho que a solução é eu continuar aparecendo de vez em quando pra te ver.<br />- Só de vez em quando?<br />- É. Não quero correr o risco de você ficar enjoado de mim. - Ela disse, agarrou-me com força, beijou-me vorazmente e continuou. - Mas esse "agora" é a nossa situação. "Agora" agora...<br /><br />Falamos entre beijos e ela pôs um delicioso fim na conversa. Fim esse em que já estávamos respirando forte. Por falta de espaço não aconteceu nada dento da cozinha, mas o resto da casa estava livre. A química entre nós era tão forte que, como percebíamos aos poucos, às vezes nós simplesmente não resistíamos. Senti vontade de tomar outro cálice de vinho e abandonar-me aos caprichos dela, mas queria ter certeza de que estaria bem para fazer o que eu ia fazer mais tarde. Não foi nem um pouco ruim, na verdade. O vinho dava um gostinho de fantasia à coisa toda, mas tudo parecia mais selvagem sem ele.<br />Fomos parar no sofá da sala; eu sentado nele e ela sentada no meu colo, de frente para mim. Os beijos continuavam vorazes desde que ela encerrou a nossa conversa e, num instante, eu já estava sem a minha camiseta, que ela jogara para trás. Ao mesmo tempo em que eu achava uma delícia, estava começando a achar graça da facilidade com que íamos parar em momentos como aquele. Ao ver que ela estava tirando a blusa, não resisti e perguntei:<br /></div></span><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você não cansa, mocinha?<br />- Nem você, pelo visto. - Ela respondeu sorrindo.<br />- Não. Até agora, não.<br />- Ótimo! Não fico mal disposta quando acordo tarde e temos muitas calorias da pizza pra queimar.<br /><br />Adorei a resposta dela. Alguns minutos depois, estávamos os dos sem qualquer peça de roupa e onde estávamos ficamos por, pelo menos, uma boa hora - até resolvermos que a cama era bem mais confortável que o sofá para esse tipo de coisa. Meu Deus! Como o tempo passava rápido com ela! Não sei se porque eu não tinha vontade de ver as horas - e, mesmo que tivesse, ela não deixaria - ou se porque o tempo realmente passava mais rápido quando estávamos juntos, mas passava muito mais rápido. Depois que acabamos, suados e ofegantes, tomamos um banho e deitamo-nos de novo para descansarmos um pouco. Conversamos sobre assuntos sem importância e rimos bastante. Quando resolvemos descobrir que horas eram, o céu já estava alaranjado e um pequeno pedaço do sol já tinha desaparecido.<br /><br />- Perfeito! - Falei ao ver como o céu estava. - Não poderia ter sido melhor!<br />- A hora está boa assim?<br />- Bom... - Fui para perto dela, abracei-a e olhei-a nos olhos. - Poderia ser melhor, se eu não tivesse alguma coisa pra fazer agora, no fim do dia. Mas, se eu não tivesse o que fazer, provavelmente você não teria vindo atrás de mim e eu não teria te conhecido.<br />- Ai, menino... É gentileza demais.<br />- Estou falando sério! Se bem que a ideia de ter te conhecido "de graça" me soa muito bem. Mas gostei muito de como nos conhecemos.<br />- Eu também, embora eu pudesse ter sido muito mais gentil. Vamos nos arrumar?<br />- Vamos.<br /><br />Para ela não foi muito difícil, já que não tinha muda de roupa quando chegou na minha casa. Também não foi difícil para mim: pus uma calça jeans, uma camisa e um par de tênis. Enquanto ela terminava de aprontar-se, desci até o meu carro no térreo e peguei a pistola que estava no portaluvas. Quando voltei ao apartamento, ela estava procurando alguma coisa nos armários da sala. Imaginando que ela estava procurando a pistola dela, estendi a minha para ela:<br /><br />- Você pode usar esta hoje.<br />- Mas é presente do seu irmão.<br />- Não tem problema. Ou você quer outra?<br />- Quantas você tem?!<br />- Duas.<br />- Então... Você é um professor mesmo ou o quê?<br /><br />Comecei a rir:<br /><br />- Sou professor, sim. Não um policial, não um matador de aluguel, nada disso. Mas tenho duas armas.<br />- Então tá. E a minha?<br />- A que me deu de presente ontem?<br />- Como assim...? - Ela ia contestar o que eu disse, mas parecia ter lembrado o que aconteceu no dia anterior. - É verdade. Eu tinha desistido de procurar. Tá bom. Eu aceito usar a sua hoje.<br />- Se necessário. - Puxei a arma na minha direção antes que ela pudesse alcançá-la.<br />- Se necessário, tudo bem. - Entreguei a ela. - Mas e a que era minha? Onde está?<br /><br />Ela perguntou e eu me dirigi à cozinha. Servi um copo d'água e, enquanto oferecia a ela, abri a tampa da máquina de lavar louça e de lá tirei a pistola.<br /><br />- Eu não acredito nisso! - Ela disse, indignada. - Ela estava mesmo dentro da máquina de lavar louça?!<br />- Uai... Eu disse a você ontem que ela estava aqui.<br />- Então estava falando sério?<br />- Eu estava. Não te disse que tinha mudado de ideia sobre achar que você ia me matar?<br />- Disse.<br />- Então? Não tinha por que mentir pra você.<br />- Aiaiai... Você é um menino. É muito esperto, mas é um menino.<br />- Um menino que sabe onde esconder as coisas. - Eu disse e ri. Ela bebeu a água, servi mais um copo para mim, bebi e saímos.<br /><br />Como ele morava na mesma quadra onde eu morava, fomos a pé mesmo. Eu não sabia se ele estaria em casa, se estaria sozinho, se estaria armado... Simplesmente ia até lá e fazer o que tinha de ser feito, o que quer que isso fosse. Andamos tranquilamente até o prédio onde ele morava, paramos um pouco no estacionamento e:<br /><br />- Vamos fazer assim, Bela: vamos esperar até que um carro entre na garagem e eu vou a pé atrás dele. Como esse prédio não tem câmeras de vigilância, não vou ser visto pela segurança. Quando isso acontecer, você vai até a guarita, interfona para o apartamento dele e pede para subir.<br />- Espera! Eu vou ser a isca?!<br />- Não. Isca, não; chave. Eu só preciso que você descubra se ele está no apartamento.<br />- E se ele estiver?<br />- Se ele estiver, você entra na pela portaria normalmente e me avisa. Pode ligar no celular pra isso. Se ele não estiver, esperamos até um outro carro entrar na garagem e você entra a pé atrás dele também. Ou eu posso abrir uma porta dos fundos na portaria pra você entrar sem ser vista.<br />- Tá bom. Eu espero que você saiba bem direitinho o que você está fazendo, seu menino.<br />- Eu sei. - Ou achava que sabia.<br /><br />Não demorou nem dois minutos até aparecer um carro para entrar na garagem. Enquanto eu entrava, Isabela foi até a guarita. Dois minutos depois o meu celular tocou.<br /><br />- Oi, Bela.<br />- Ele não está.<br />- Ótimo! Não podia ser melhor!<br />- Está na garagem?<br />- Estou. Vai para a parte dos fundos da portaria, que eu abro pra você.<br />- Eu já entrei.<br />- Ah, sua danada! Estou subindo.<br /><br />Subi para o térreo pelas escadas e subimos juntos para o sexto andar pelo elevador. Ao chegar lá ela tirou dois clipes de papel de dentro do bolso da jaqueta e ia colocá-los dentro da fechadura da porta. Colocou o primeiro e, antes de colocar o segundo, torci a maçaneta e a porta se abriu.<br /><br />- Você... - Ela falou sem saber direito o que dizer.<br />- Eu te disse que não ia ser difícil.<br /><br />Entramos e fechamos a porta em silêncio. Alguns segundos depois, escutamos uma voz dentro da casa. Ela sussurrou assustada para mim:<br /><br />- Mas não tinha ninguém em casa!<br />- Ou ele simplesmente não atendeu.<br />- Mas por que ele não atenderia?<br />- Talvez porque não quisesse.<br /><br />Ouvimos a descarga num banheiro.<br /><br />- Ou talvez porque estivesse no banheiro. - Continuei. - Sai do apartamento.<br />- Mas...<br />- Rápido. - Ouvi o barulho de água na pia do banheiro. - Bate a porta quando sair e entra de novo pelos fundos. Vamos pegá-lo de surpresa. Corre!<br /><br />Eu me escondi atrás da cortina que tampava a porta da varanda e ela saiu do apartamento batendo a porta. Ele perguntou:<br /><br />- Quem está aí? - Ninguém respondeu e ele insistiu. - Quem está aí?!<br /><br />Nada. Pelos ruídos, imaginei que ele estivesse indo para algum quarto, provavelmente para pegar uma arma. Continuei imóvel atrás da cortina. Ele voltou para a sala a passos tranquilos e perguntou antes de abrir a porta da frente:<br /><br />- É você, sua vadia?!<br /><br />"Ele não pode estar falando dela. Não pode falar dela assim!" Tive um estalo: aquela voz não me era estranha. Nem de jeito nenhum. Na verdade, parecia a voz de alguém que eu conhecia há tempo. Mas quem?! "Tomara que ela já tenha entrado pela cozinha." Ouvi o som da porta dos fundos sendo fechada. "Ai! Tomara que ele não tenha ouvido isso, ou ela está bem encrencada. Pensa, André! Pensa!"<br /><br />Infelizmente ele ouviu a porta dos fundos, mas parecia ter ficado sem saber o que fazer. Depois de hesitar um pouco, saiu pela porta da frente em silêncio e fechou a porta também em silêncio. Segundos depois, Isabela entrou na sala pela porta da cozinha. Logo que eu a vi, saí de trás da cortina e ia avisá-la para esconder-se, mas já era tarde: ele aparecera também pela porta da cozinha e a surpreendeu. Quando dei por conta, ele a estava segurando pelo cabelo, bem perto do couro cabeludo, e apontando a arma para ela.<br /><br />- O que é que vocês dois estão fazendo aqui?! - Ele perguntou, furioso.<br />- Eu trouxe o cara que sabe demais! "Como ela me entrega assim?! Deve ter uma carta na manga. Pelo amor de Deus, que ela tenha uma carta na manga."<br />- Então é você o tal cara?<br />- É, sou eu o tal cara. - Eu parecia só um estranho até aquele momento. Acho que eu estava sendo visto apenas como um cara que sabia o que ele fazia, mas isso até falar que eu era o tal cara.<br />- André?!<br />- O próprio.<br /><br />Ele riu quase descontroladamente, mas não deixou de segurar Isabela com força ou de apontar a arma para mim.<br /><br />- Eu não acredito nisso, Andrezão!<br />- O que quer dizer com "Andrezão"?! - Isabela perguntou, intrigada.<br />- Esse cara... - Eu tentei responder. - Você por acaso se lembra do meu amigo que ele tentou matar?<br />- Lembro.<br />- É ele.<br />- Como assim?! - Ela perguntou de novo.<br />- É ele. É o Bruno.<br />- Que surpresa, Andrezão.<br />- Pois é. E que surpresa mais desagradável. Eu achei que alguém tinha mandado te matar. E, sinceramente, não estou feliz em te ver vivo na posição em que você estar.<br />- Oh, que pena! - Ele responder num tom gozador. - Que peninha. O seu amigo virou um traficante de armas poderoso e se fez passar por morto pra você.<br />- Obrigado por recapitular. Pode, agora, me dizer por quê? - Senti muito não ter saído de trás da cortina com a arma na mão. Estava presa nas minhas costas pelo jeans.<br />- Por quê?! Conhece maneira mais fácil de fazer dinheiro do que aceitando uma oferta irrecusável?<br />- Sei... Conheço essa história de ofertas irrecusáveis. Um cara põe uma arma na sua cabeça e manda você fazer o que ele quer em troca da sua vida.<br />- Você é esperto, mas não foi bem isso. Quando eu não tinha nada, tudo o que eu precisava fazer era vender umas armas. Com o tempo eu fui perceber no que eu tinha me metido. Só que a grana é alta. Muito alta.<br />- Ahn... E com uma grana alta dessas você veio parar num apartamentinho ridículo de três quartos na minha quadra?<br />- Mas é claro! Algo que eu sou e você nunca será é discreto. Enquanto não posso me mandar daqui como eu quero, ando num carro popular, moro num apartamento numa quadra de classe média na capital... E você desfila por aí num esportivo amarelo. Ridículo.<br />- Um esportivo amarelo que comprei com um dinheiro que é honestamente meu.<br />- Sei... E você se importa com isso?<br />- Finjamos que não. Eu vou fazer, então uma proposta irrecusável: você deixa a modelo ir e faz comigo o que quiser fazer.<br />- Ah, não. Não tenho a intenção de deixá-la sair viva daqui. Ela tinha uma missão muito simples a cumprir e não a cumpriu.<br />- Como não? Eu estou aqui. E vivo.<br />- Eu não quero você vivo. Essa é a questão. Mas já que está vivo, pode me dizer se tem mais alguém que sabe alguma coisa sobre mim e a minha equipe enquanto eu dou cabo dessa vagabunda. - Num movimento mais rápido do que ela pôde administrar, ele tirou a pistola que estava presa na parte de trás do jeans dela e jogou-a contra a parede. Isabela bateu a cabeça e caiu no chão atordoada. Ele mantinha uma pistola apontada para mim e a que tomou dela, apontou para ela.<br />- Eu trouxe o cara pra você! Não pode me matar! - Ela disse, ainda atordoada.<br />- Eu disse para matá-lo na quarta-feira e dei a sexta como prazo final, sua vagabunda! - "Graças a Deus ela enrolou o cara um tempinho!" - Como não consegue se livrar de um professorzinho de segundo grau?! Não passa de uma vagabunda imprestável! Olhe pra mim! Quero ver a sua carinha de pânico antes de matá-la!<br /><br />"Graças a Deus ele está bem concentrado nela!" Num movimento ainda mais rápido que o dele, saltei e, ao mesmo tempo em que, com a mão, desviei a arma que ele apontava para mim, golpeei-o no rosto com um chute que o fez cambalear. Como ainda estava sem reação, desferi-lhe outros três chutes: um na boca do estômago, outro de baixo para cima no rosto e outro de lado, também no rosto. Entre os golpes que levou, ele deixou cair uma das armas. Ele estava caído no chão e a cabeça, mal encostada na parede. Ele estava torto como um boneco de pano que tivesse sido largado ali. Aproveitando que ele estava sem reação, agarrei-o pelo colarinho e o suspendi até que ficasse em pé:<br /><br />- Ela não é nenhuma vagabunda, seu miserável! - Furioso, desferi-lhe um soco na boca em linha reta, que o fez cair e largar a arma que estava na outra mão.<br /><br />Caído no chão e desnorteado pelos golpes, ele tentou pegar de novo a sua arma, mas, antes mesmo que eu batesse de novo, Isabela tirou a arma que estava presa nas minhas costas pelo jeans e deu um tiro em sua perna. Ele começou a gritar, mas um chute de Isabela em seu rosto o fez diminuir o escândalo. Ela ficou em pé perto dele e apontou a arma para o seu rosto.<br /><br />- Vagabunda é a puta que te pariu, seu verme! - Ela falou e deu-lhe outro chute no rosto. - Não sei por que ainda não puxei o gatilho pra uma bala furar a sua testa, seu miserável!<br />- Do que está falando?! Eu te dei uma oportunidade de fazer dinheiro rápido! - Ele disse entre engasgos.<br />- É fácil oferecer dinheiro com uma arma na cabeça da pessoa que você quer pegar, não é? Se eu te oferecesse um dinheiro e uma bala, o que você aceitaria?<br />- O que você acha?<br /><br />Ela o chutou de novo. Achei que tivesse quebrado o nariz dele dessa vez.<br /><br />- O que eu acho é que eu deveria ter te matado quando colocou essa maldita arma na minha mão! O que eu acho, é que tem uma bala na sua perna, oito no pente e que deveria haver quatro na sua cabeça, três no seu peito e uma no seu...<br /><br />Ela ficou tão furiosa e descontrolada que começou a chorar. Acho que, pra uma modelo, já foi demais atirar na perna de um homem, mesmo ele significando risco de morte. Afastou-se um pouco e abaixou a arma. Ele tentou pegar a arma que tinha deixado cair por último pelo silenciador. Ao ver isso, pisei em sua mão logo que agarrou o silenciador, chutei a arma para longe dele e apliquei uma chave de braço que rendeu um estalo e um grito de dor.<br /><br />- Você nunca mais vai atirar em ninguém, seu maldito! - Eu disse a ele num tom de voz ainda irritado.<br />- Andrezão... Você... - Calei sua boca com um murro no nariz. Se não tinha quebrado com o chute de Isabela, quebrou com a minha mão.<br />- Não me chama de Andrezão outra vez, se não quiser que eu quebre o seu outro braço, desgraçado!<br /><br />Continuei ajoelhado ao lado dele e segurando-o pelo colarinho enquanto Isabela foi fazer alguma coisa pela casa. Eu não sabia se queria bater mais, se queria matá-lo, se queria torturá-lo pelo que fez comigo e com Isabela... Isabela voltou usando luvas de couro e com a arma na mão.<br /><br />- O que fez?<br />- Lavei a arma.<br />- Pra quê?!<br />- Pra não deixar as minhas digitais nela. - Ela disse e, logo depois, fez-me soltar o colarinho de Bruno e, com a mesma chave de braço que eu usei, ela quebrou o outro braço e, para que ele não gritasse tanto, chutou sua boca de novo. Enquanto ele grunhia de dor, ela posicionou a arma na mão dele como que para pegar as digitais e a largou no chão da sala, longe do alcance dele.<br />- Vamos embora, Dé. Já chamei a polícia e eles não devem demorar a chegar.<br />- Já?!<br />- Vamos logo.<br />- Eu vou processá-los por lesão corporal, seus malditos.<br />- Legítima defesa, Sr. GREVE. - Ela retrucou.<br />- Acredita mesmo nisso? Com uma bala na perna e os dois braços quebrados?<br />- Com um braço só você pode manusear uma arma. - Eu respondi. - E outra... Não sei se vão dar atenção a um traficante de armas de segunda categoria.<br />- Adeusinho. - Isabela disse.<br />- Eles vão achá-los!<br />- É mesmo? Com que digitais? As maçanetas das portas estão limpas. Divirta-se na cadeia. - Ela disse.<br />- E arruma um bom plano de saúde. Você sabe como são os hospitais públicos.<br />- Eu vou matá-los, entenderam?! Eu vou matá-los!<br /><br />Voltei, segurei-o pelo colarinho de novo e disse:<br /><br />- Sabe por que não te matei, seu maldito? Porque você já morreu! Se você não morreu porque mandaram te matar, morreu porque o meu grande amigo jamais seria um traficante de armas.<br />- A carona dele já está chegando, Dé. Não queremos responder nenhuma pergunta.<br /></div></span><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Saímos pela porta da frente e ela a fechou, segurando a maçaneta com a luva de couro.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-29687441449783760872010-02-22T13:27:00.003-03:002010-02-22T14:55:54.639-03:00Sonhar e Sorrir Vol. 8<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Acordei com a luz do sol invadindo o meu quarto pela janela. Eram dez horas da manhã e, apesar de ter dormido sem roupa, eu estava suando embaixo do lençol. Bom... Não só embaixo do lençol, mas quase embaixo daquela loura linda. Quê? Meu Deus... Dormimos juntos. Só me pareceu uma surpresa até eu lembrar rapidamente o que aconteceu na noite anterior e, depois, nos últimos três dias.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">"Está tudo bem, rapaz. Dormir acompanhado não é feio, não mata e não é pecado." Olhei de novo o relógio - dez e dois - e depois olhei a moça. Ela dormia tão profundamente que parecia que não acordaria mesmo que eu tentasse acordá-la. Tentei, de fato, mas o máximo que consegui foi um suspiro dela, sem sombra de chance de sequer abrir os olhos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Levantei-me, vesti minha roupa, escovei os dentes e, vendo que ela não acordaria tão cedo, fechei a cortina da janela do quarto. Fui à cozinha ver o que havia para comer - ainda bem que fiz compras na quarta - e resolvi servir a mesa do café. "Que será que ela come no café da manhã?" Enquanto pensava, voltei para a cozinha e pus-me a lavar a louça do dia anterior. Coisa rápida: uma panela, uma tábua, dois pratos, dois cálices, dois garfos, duas facas - sem contar a que usei para picar os tomates - e... "Uai! Acabou? Que bom!"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Depois de pôr a louça no escorredor tive a brilhante ideia de esconder a pistola de Isabela. Não sei se o fato de ela estar abrigada na minha casa ou de ter dormido comigo muda alguma coisa e não sei se quero correr algum risco. Na falta de um cofre ou armário fechado a chave, pus a arma dentro da máquina de lavar louça. "Esquisito, mas duvido que ela vá procurar aí dentro."</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Escondi a arma e resolvi acordá-la. Parei na porta do quarto e ver aquela loura esparramada na cama foi tão engraçado quanto deu dó. Eu não queria tomar café da manhã sozinho. "Já faço isso todo dia.", mas não queria acordá-la. Comi um bombom para enganar a fome e fui jogar video game. Mantive o volume da tevê baixo para não acordá-la - embora o sono fosse pesado - e joguei por uns quinze minutos até escutar coisas no meu quarto. Mais cinco minutos e, tendo percebido que ela levantara, desliguei o jogo e a tevê e fui ao encontro dela. Eu ia saindo do quarto onde eu estava e quase trombamos um no outro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom dia, luz do dia - eu disse sorrindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... dia... - ela respondeu como se não soubesse direito o que estava acontecendo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Está tudo bem?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Está, eu acho. Espera...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Estamos na sua casa?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ehr... Sim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E jantamos juntos - ótimo; ela lembra o que aconteceu. Só está recapitulando.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Aham - cnfirmei.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ei! Espera! - ela falou assustada. - E ele?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ele quem?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O cara que me mandou te matar...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que tem ele?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ele vai...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vai nada! - interrompi. - Ele não sabe nem onde eu moro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ai... Ufa... Então estamos na sua casa e jantamos juntos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Com vinho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Dos caros.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E dormimos juntos?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bem juntos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uau... - ela sussurrou, eu ri. - E fizemos sexo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Senão, não teríamos dormido juntos, eu acho. - eu disse rindo ainda mais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uau! - "Por que 'uau'?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Moça, com um 'uau' eu posso pensar que você não fez de propósito. Com dois, eu posso pensar que você gostou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, mas eu gostei! E não só gostei como... - ela olhou por trás de mim e viu o controle do jogo no chão. - Ai, meu Deus!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O quê? Que foi?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Dormi com um professor que joga video game!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ehr... É... - eu respondi sem saber o que pensar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que mais? - rapidamente ela foi até a sala e viu a mesa posta. - Ah, eu não acredito nisso! Dormir com um professor que joga video game e come sucrilhos no café da manhã!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu não consegui não rir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vou fazer de conta que isso é bom, está bem?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom? Teria sido mesmo um desperdício te matar, seu menino.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, é? Por quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por falar nisso... Cadê a minha pistola?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ahá! Eu sabia que você ia mudar de ideia!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Dã! Se ontem era o último dia para te matar, está meio tarde pra mudar de ideia, você não acha?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... Você tem razão. Está na máquina de lavar louça.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Hein?! - ela me olhou com a cara mais torta do mundo. - Bom... Antes de mais nada... - ela segurou o meu rosto com as duas mãos e deu-me um beijo profundo e demorado. - Foi muito feio não te dar bom dia direito.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não se preocupe. - eu disse sorrindo e dei-lhe um abraço e outro beijo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Agora... Onde está aquela bela pistola semiautomática? - ela perguntou sorrindo e fazendo charme.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Dentro da máquina de lavar louça.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, Dé! Eu desisto. Pode ficar com ela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ótimo! Adorei o presente. Vamos comer?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vamos. Estou morta de fome.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Imagino. O que vamos fazer hoje?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu estava pensando em ir ao salão dar um trato no cabelo, fazer as unhas, sobrancelhas, depois ir ao shopping comprar umas bolsas, sapatos - parei com a colher de sucrilhos a caminho da boca e arregalei os olhos - , blusas, vestidos e um estojo novo de maquiagem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uau... - levei uns cinco segundos para responder.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas ficar por aqui e tocar violão, jogar video game e tomar sol na cobertura do prédio me parece muito mais relaxante e divertido. - os dos rimos alto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Tomamos o nosso café da manhã, lavei a louça e fomos para o meu quarto. Enquanto isso conversamos um pouco sobre coisas importantes como o tempo que faria no dia, a qualidade da água da piscina na cobertura do prédio, a existência de uma sauna perto da piscina e a possibilidade de ela me vencer em um jogo de luta no video game - no qual eu nunca fui bom. Fomos ao meu quarto e...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ponha um biquíni. Vai ser ótimo tomar um sol na piscina, aproveitando que o sol está alto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas eu não trouxe biquíni. Eu vim ontem pra te apagar, lembra?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ora! Que tipo de assassina de aluguel anda sem biquíni na bolsa?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que tal "o tipo que leva o serviço a sério"? - ela parou de repente, olhamos um nos olhos do outro e rimos da piada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Certo... Quer dar uma saída pra comprar um?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Acho que eu sobrevivo sem tomar banho de piscina.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tudo bem, então. Conta uma coisa... Por que mesmo você disse que teria sido um desperdício me matar?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Hmmm... Porque não é em todo lugar que se encontra um professor que anda de carro esporte, não bebe, joga video game e come sucrilhos no café da manhã.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nossa! E isso são qualidades?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Fora que você é o cara mais bonito que já me mandaram matar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nossa! Isso me fez sentir bem, sabia? - eu ri da piada dela. Ela também riu, aproximou-se, encostou o nariz no meu e disse:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas eu te acho bonito, sim. Eu disse isso anteontem. - e me deu um beijo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Subimos para a cobertura do prédio e passamos um bom tempoconversando embaixo do sol. Como se não bastasse fritarmos no sol, resolvemos assar na sauna. As horas que passamos na cobertura do prédio foram bastante divertidas para os dois. Já passando das duas da tarde, resolvemos voltar para o apartamento e almoçar. A tarde também foi tranquila, regada a jogos de video game, um filme e violão, conforme ela sugeriu. Foi uma ótima ideia passar o dia em casa. Em parte porque foi mesmo divertido um programa a dois sem precisar sair para nada e em parte porque dentro da minha casa ela estava a salvo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Caiu a noite e fomos parar na varanda de novo. Curioso que o assunto no qual não tocamos o dia todo veio aparecer só quando fomos para a varanda. Ela disse:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Acho que eu preciso ver algumas coisas logo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que coisas?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uma possível documentação falsa, passagem pra outra cidade...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E por quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Dé, não dá pra ficar aqui com esse cara na minha cola.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu já disse: ele não vai ficar na sua cola. Amanhã ele não estará mais. Você não vai precisar ir embora.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas também não posso ficar aqui.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- "Aqui" na cidade ou "aqui" na minha casa?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Na sua casa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você não precisa ficar, se não quiser. Aliás, acho até meio precipitado já ficar por aqui assim tão rápido.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu também.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas eu não ia achar a ideia lá muito ruim. - falei com um sorriso zombeteiro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Seu bobo!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Falando sério... Você não precisa ir embora. Não estou dizendo que tenha que ficar aqui comigo, mas não precisa sair da cidade. Eu detestaria não poder te ver de novo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Hesitei. "E agora? Que é que eu digo?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu gosto de você, Bela. É só isso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim?! Eu quase te matei três vezes!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu fui pra cama com você, não fui? Eu não teria feito isso, se não gostasse de você, no mínimo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você não foi pra cama comigo, você foi atirado e amarrado a ela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você acha que eu teria deixado, se eu não quisesse?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você tinha bebido, André!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E você realmente acha que eu teria bebido, se não estivesse me sentindo seguro?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu sei o que me acontece quando eu bebo. A última vez tinha sido dez anos atrás, mas eu sei que eu não aguento. Eu só me sujeitei àquilo porque eu sabia que estava seguro com você. Eu quis me submeter a você.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- ...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você me jogou na cama e me amarrou, sim. Mas só porque eu sabia que estava a salvo com você.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mesmo eu tendo tentado te matar três vezes antes?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mesmo assim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como?! Como você podia ter certeza de que estava a salvo?! - os olhos dela lacrimejaram.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Se você fosse mesmo me matar, teria feito isso na quarta-feira, quando eu apareci pra pegar o meu carro e ir fazer compras. - delicadamente peguei o rosto dela com uma das mãos e virei-o para mim. - Quando você entrou no meu carro eu já sabia que você não ia me matar. Fiquei com medo, eu confesso, mas aqui dentro eu já falava que não ia acontecer nada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não chorou muito. Quase nada, na verdade, mas levou um tempo para se recompor.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você... Aiai... Detestaria que eu fosse embora, é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mesmo a gente se conhecendo tão pouco?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mesmo assim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tá... - ela enxugou as lágrimas. - E como você pretende fazer amanhã pra pegar o cara?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim "ele" e "o cara"? Você não sabe o nome dele?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não. Ele nunca se identificou pra mim. Aliás, duvido que ele já tenha se identificado pra alguém.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que beleza. Nem nome ele tem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Pois é. Eu também acho que as pessoas deveriam ter um nome, mas...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... Vai ser bem simples. Eu vou entrar lá e eu acho bom ele rezar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você vai mesmo matá-lo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não sei. Mas ele não podia ter matado o meu amigo, não podia ter matado quem ele já deve ter matado, não devia ter metido você nisso e não pode continuar dando trabalho pra polícia, que já não faz nada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim "não faz nada"?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ora! Não faz! Se até eu sei onde o cara mora e que ele trafica armas, a polícia deve saber melhor que eu. E não fez nada. Ele está lá, bem sossegado no canto dele.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É verdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas de amanhã ele não passa. Depois disso você vai poder voltar pra sua casa sossegada, vamos poder sair sossegados e ainda vai haver mais um apartamento vago nessa quadra pra quem quiser morar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E aquela coisa toda que você me falou sobre estragar a minha carreira pra matar alguém?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... Não faz sentido pra mim; eu não sou modelo. - ela riu com a piadinha e mudamos des assunto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E agora? O que a gente faz?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que tal outro vinho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você tem outro daquele?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Até tenho, mas aquela garrafa ainda não acabou, não é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não. Não acabou ainda. Você me ajuda a dar cabo dela?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Com certeza.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Depois eu acho que a gente pode dormir. Amanhã vai ser um dia especial pra alguém.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Com certeza. Mas dormir depois do jantar e do vinho. E não imediatamente depois, se não se importa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O que você tem em mente, seu menino? - ela me olhou docemente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Outra noite longa? Por que não?</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-7667806536849967102009-07-09T11:16:00.016-03:002009-08-05T00:53:31.288-03:00Sonhar e Sorrir Vol. 7<a href="http://2.bp.blogspot.com/_YSFk881gxc0/SlbG_m0vFkI/AAAAAAAAADc/LI6ivKO-TIw/s1600-h/Aviso.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356687602859578946" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 349px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_YSFk881gxc0/SlbG_m0vFkI/AAAAAAAAADc/LI6ivKO-TIw/s400/Aviso.gif" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">AVISO!! Esta publicação possui conteúdo impróprio para menores (cena de sexo ricamente detalhada). Se você tem, pelo menos, 18 anos e REALMENTE pretende saber do que se trata, pode continuar. Do contrário... Melhor acessar outra página na internet.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Aos que têm mais de 18 anos e desejam mesmo ler o que tem aqui, divirtam-se. =P~~</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">--</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu matei uma assassina - Parte 5</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu ainda não entendia direito como fora parar ali - ou será que, simplesmente, não acreditava que aquilo estava acontecendo? Tudo era tão real e, ao mesmo tempo, tão surreal que era realmente difícil de acreditar. Talvez o vinho ainda estivesse fazendo algum efeito. Não foi por falta de aviso; eu disse a ela e sei bem o que me acontece depois de um cálice de vinho. E aceitamos o "desafio" mesmo assim. Bom... Desafio para mim. Para ela, na certa, foi brincadeira. Ela já devia saber o que ia acontecer. Talvez ela tivesse razão quando disse que não era tão clichê assim. Que situação mais... Nem sei como descrever. Estar amarrado e sem poder reagir numa situação dessas é um bocado desconcertante - embora, confesso, fizesse parte de minhas fantasias. Acho que não poderia ser melhor.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu estava deitado - não, jogado - na minha cama podendo fazer não muito mais que olhar para ela. Sem camisa e com as mãos atadas à cabeceira da cama. "Que será que ela fazia no meu quarto enquanto eu estava na varanda? Achou uma gravata!"<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- No que é que está pensando, menino? - não vi quando chegou tão perto. Sussurrou no meu ouvido como se não quisesse nem que as paredes ouvissem. Senti todos os pelos do meu corpo ficarem arrepiados.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu estou... Estava... - não dá para falar quando alguém beija a sua orelha. É incrível!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Estava...? - ela tentava fazer com que eu continuasse, mas continuava me beijando a orelha, o pescoço e a boca. Acho que ela não queria de fato que eu respondesse.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Na... da...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela, então, apoiou-se nos braços. As mãos estavam uma de cada lado da minha cabeça e seu rosto logo acima do meu. Ainda estava vestida e seus cabelos estavam sensualmente desarrumados. Sua blusa branca não escondia muito bem que ela estava excitada e seu jeans parecia incomodá-la - uma vez que, enquanto lentamente descia para beijar a minha boca, uma de suas mãos foi em direção ao botão da calça. Seus beijos vinham como uma fera faminta. Seus lábios e sua língua movimentavam-se com um vigor absurdo e, por onde passavam, deixavam um leve rastro de saliva.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Enquanto ela decidia onde me beijar - sem de fato parar de beijar - uma de suas mãos passeava pelo meu tronco, acariciando ora o meu peito, ora minha barriga. "Pena eu estar preso numa hora assim. Pena?" Naquele momento eu não sabia se queria mesmo estar solto. Sua boca parecia ter feito uma escolha, enfim: desceu até o meu peito, continuava com os mesmos beijos úmidos e vigorosos, que agora vinham acompanhados de leves mordidas. Não pude conter uma forte inspiração quando chegou ao mamilo. Ela notou a respiração forte e os pelos arrepiados e...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Hmmm... Você gostou disso... - ela disse depois de levantar-se e ficar sentada sobre as minhas pernas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É... Eu gostei. - eu disse sorrindo e ainda ofegando.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E do que mais você gosta?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ora... Surpreenda-me! Já foi uma bela surpresa ser jogado e amarrado aqui.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então gostou disso também?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Certamente. Eu adoro surpresas!<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">"Pra que foi mesmo que eu disse isso?" Ela voltou para a minha boca com ainda maior ferocidade. Estranhei um pouco a agitação de suas pernas, mas só até entender que era para terminar de tirar a calça que ela desabotoara momentos antes. Tirou a calça, jogou para algum lado - que não fiz o menor esforço para ver qual - e voltou a aninhar-se em cima de mim. Nossas !! não se encontraram apenas por haver ainda um jeans e roupas de baixo entre uma e outra. Ao sentir que eu também estava excitado - e claro que para provocar - , fez um rebolado lento e sensual ainda encostada em mim.<br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que tal assim? - ela sussurrou de novo entre beijos ao meu ouvido. - Gosta?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Adoro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu disse a você que a noite ia ser longa, não disse?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Pois eu espero que não acabe mais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ótimo. - ela parou de se mexer e olhou-me nos olhos, surpresa. - Já consegue falar normalmente?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Consigo. - eu disse sorrindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então o vinho não está mais fazendo efeito?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Acho que não.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E o resto?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Está. Mais agora que nunca. - Como ela estava sentada sobre minhas pernas, só precisei flexioná-las para fazê-la cair de novo sobre mim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Para quem está amarrado, você se vira muito bem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Acho que não... Mas tenho cá os meus truques.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por falar em truques...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Suas mãos deslizaram pelo meu peito, passando pela cintura, até chegar à minha calça. Rapidamente desabotoaram-na, abriram-na o zíper e...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Tchau. - ela disse e voltou para me beijar. Passou mais um tempo beijando a minha boca, minhas orelhas e meu pescoço, desceu até o meu peito... Passou um bom tempo entre meu peito e minha barriga e divertia-se ao ver que eu ficava arrepiado quando mexia com meus mamilos e meu umbigo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não acha que está um pouco quente aqui? - perguntei com sorriso e tom de voz levemente maliciosos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Hmmm... Espertinho... - ela disse já se preparando para tirar a minha cueca. - Está com calor, é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Bom... A ideia era, na verdade, fazer você tirar a blusa.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela veio de novo sussurrar ao meu ouvido. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu sei... - ficou de novo sentada sobre as minhas pernas e, enquanto dançava - embora sem música - , vagarosamente tirou a blusa. Fiquei boquiaberto ao ver o seu corpo; a pele clara e perfeita, com um ou outro sinalzinho, a cintura fina, os seios perfeitamente aninhados no sutiã azul claro...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Essa cor fica ótima em você.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É? E essa? - ela perguntou e começou a desabotoar o sutiã. Ele se soltou e as alças ameaçaram cair por seus braços. Tirou-os das alças e, sem que eu pudesse ver o que ela escondia por baixo daquela peça de roupa, jogou-a no meu rosto de modo que eu não pudesse ver o que estava à minha frente. Eu gostaria de ter visto o que queria ter visto, mas estava me divertindo com a brincadeira dela e o seu perfume, que ficara no sutiã.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela voltou a deitar-se sobre mim e a beijar-me o pescoço. Desta vez, no entanto, não era para me enfeitiçar com os beijos; a intenção era que eu sentisse sua pele na minha. E como era quente, macia... Senti que ela saiu de cima de mim e, de novo, senti suas mãos já posicionadas em minha cueca para tirá-la. E tirou-a. Percebi que ela não se sentaria mais sobre as minhas pernas. Devia ter outros planos.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Senti, então, sua mão pegar minha ♂ e, logo depois, minha ♂ ser envolvida por algo extremamente quente e úmido. Não demorei muito a entender que era sua boca. Agora, sim, eu me senti completamente incapaz de reagir. Estava totalmente entregue aos caprichos de Isabela. Que quer que ela quisesse fazer comigo, faria. Passou um bom tempo brincando daquele jeito até resolver parar e sentar-se de novo em cima de mim. Tirou o sutiã de cima do meu rosto, olhou fundo nos meus olhos e...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sua lingerie não está combinando em cores - eu disse com um sorriso que não sabia se malicioso ou gozador.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah... Não era pra você reparar nisso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por quê? Eu adoro!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O quê? Sutiã e calcinha sem combinar?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Hum... Você é...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Estranho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Talvez... E dá trabalho, pelo visto... - ela disse tirando a calcinha.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu tento...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que tal assim?<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela perguntou e nossas !! se encontraram. Se já achei sua boca bastante quente e úmida, pareceu brincadeira, comparada com sua ♀. Ela apoiou as mãos sobre o meu peito e começou a movimentar-se. Seu vaivém era tão vagaroso e sensual... Ao mesmo tempo, era forte. Ao perceber que eu a observava bem enquanto subia e descia, rapidamente pôs de novo o sutiã sobre o meu rosto.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não olhe. Posso ficar com vergonha. - ela disse num tom sensualmente zombeteiro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Tudo bem - aceitei. - Gosto de mistérios...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela continuava seu sobe-e-desce da mesma maneira, com as mãos apoiadas no meu peito. Ganhou alguma velocidade e, depois de um tempo, tornou a ficar lento. Quase parando.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Um. - ela disse suspirando. Apesar de não ter entendido direito, preferi não perguntar. Ela continuou o que fazia e resolveu tirar o sutiã do meu rosto de novo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não vai mais ficar com vergonha?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não... Acho que agora não... - o suor começava a descer-lhe o rosto. - Eu não achei que você daria trabalho assim. Mesmo amarrado você resiste?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Claro! Se fosse fácil, não teria graça...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ahh... - ela deixou escapar um fiapo de voz na respiração ofegante e quase parou de novo. - Dois. - continuou a contar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Dois?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É. Dois.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sei... Continue...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Pois não...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela continuou. E enquanto subia e descia, apoiei minhas pernas na cama de modo a suspender Isabela com minha pelve. Não é muito fácil levantar uma pessoa assim, mas... Comecei a subir. Subi até quase não poder mais levantar a pelve da cama. Sua expressão facial mudava ao mesmo tempo em que eu a suspendia.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Uau! Que é...? Aahhh! Que é isso?! - eu me diverti com aquilo... Ela mal conseguia falar daquele jeito.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu é que te pergunto. O que foi isso? - perguntei sorrindo, como se não soubesse do que se tratava. Voltei a me deitar e ela respondeu.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então a resposta é: três.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Três... Hmmm... - suspendi-a de novo do mesmo jeito e, em questão de segundos, mais uma reação parecida surgiu.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Quatro... Meu Deus... Como é que... - outro. Continuei mantendo-a suspensa por algum tempo. Ao perceber que a minha contagem começaria a qualquer instante, tornei a deitar e, em seguida, ao ver que estremeci, perdi o controle da respiração e fiquei todo arrepiado, ela perguntou:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">-</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> Um?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É... - respondi ofegante. - Um.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela parou, deitou-se em cima de mim e assim ficamos por algum tempo: deitados, suados e ofegantes. Ela olhou para mim, sorriu docemente, beijou-me a boca e levantou-se da cama.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não saia daí. Está na hora de tomar a pílula e uma ducha. Volto em cinco minutos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu ia te perguntar duas coisas...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Uma era sobre a pílula, mas não precisa mais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E a outra?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Acha mesmo que eu consigo sair daqui? - eu disse enquanto me esforçava para mostrar as mãos atadas à cama.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não sei... Mas, por precaução, vou deixar você bem aí como está. Já volto.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Observei-a enquanto pude. Da minha cama, pude ver que foi até a sala, mexeu um pouco na bolsa, tirou uma cartela de pílulas, pegou uma e a pôs na boca, colocando de novo a cartela na bolsa. Depois a vi caminhar para o meu banheiro, a luz acender-se e pude ouvir o barulho da água do chuveiro no chão. Bem como ela disse, não passaram mais que cinco minutos até ela voltar. Deitou-se ao meu lado, pôs um dos braços e uma das pernas sobre mim e perguntou:</span></div><span style="font-family:trebuchet ms;"><div align="justify">- Sossegou?</div><div align="justify">- Acho que sim... - respondi depois de respirar bem fundo.</div><div align="justify">- Então acho que já posso te desamarrar. - ela disse e desfez o nó que me prendia. - Que vamos fazer amanhã?</div><div align="justify">- Não sei ainda. Não pretendo adiantar o meu plano. Domingo vai ser o grande dia. Amanhã... Acho que basta que seja um bom dia para nós.</div><div align="justify">- Ótimo. - ela disse sorrindo e deitou a cabeça no meu peito. - E que hoje seja uma boa noite para nós também. Só falta dormirmos bem. - ela disse e fechou os olhos.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Delicadamente peguei suas mãos, juntei-as e beijei-as. Secretamente peguei a gravata e as amarrei tal como ela fizera comigo.<br /></div><div align="justify">- Não... Acho que falta um pouco mais que só dormir bem. - eu disse e sorri maliciosamente. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Ela tentou resistir quando tentei prendê-la, mas não foi o bastante.</div><div align="justify">- Não acha que já chega?</div><div align="justify">- O quê? De jeito nenhum!</div><div align="justify">- Não está satisfeito?</div><div align="justify">- Bom... Estou. Mas não pense que pode fazer o que fez comigo sem que eu dê o troco. - Aproximei minha boca de sua orelha e continuei, falando baixo. - Foi uma judiação você me amarrar desse jeito e fazer o que fez. Nada mais justo que provar do próprio veneno.</div><div align="justify"></div><div align="justify">- Posso bancar a mocinha frágil tentando se livrar das garras do bandido do filme?</div><div align="justify">- Claro! Vou adorar atuar a altura.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ela juntou as pernas e cruzou os pés, de modo que eu não as pudesse separar de novo.<br /></div><div align="justify">- Aiai, moça... - eu disse, fingindo estar desapontado. Levantei-me e peguei mais duas gravatas no armário. Sem dificuldade, consegui prender uma das pernas a uma das pernas da cama. Isso tornou ainda mais fácil a tarefa de amarrar a outra perna. Tive de inventar um jeito de prender a outra perna, pois o outro lado da cama estava longe. Depois disso, deitei-me sobre ela e olhei-a fundo nos olhos. - Pronto. E agora? Por onde começo? Acho que foi pelas orelhas e pelo pescoço que você começou, não foi?</div><div align="justify">- Socorro! Socorro! Oh, socorro! Solte-me! Solte-me! - ela dizia repetidas vezes, num tom absolutamente zombeteiro.</div><div align="justify">- Aiai, moça... Aiai... - Levantei-me de novo, peguei um lenço e usei-ou para evitar que ela falasse. Ela pareceu não ter gostado daquilo e continuou emitindo sons abafados por baixo do pano. Pus seu sutiã sobre seu rosto e... - Não olhe. Posso ficar com vergonha.<br /></div><div align="justify">Disse aquilo e desci pelo seu corpo acariciando, beijando e mordiscando sua pele. Seu cheiro era delicioso e, mesmo depois de ter tomado uma ducha, senti um leve gosto de suor em sua pele. Assim como ela fez, brinquei com seus seios, mamilos, barriga e umbigo, até chegar à sua ♀. Diverti-me um bocado com suas pernas antes de fazer o que realmente queria fazer. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Enquanto explorava as reações de seu corpo, deliciava-me com os sons que ela emitia. Pequenos fiapos de voz saíam junto com a sua respiração. Suspiros e leves gemidos também apareceram.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Decidi, então, estimular sua ♀. Ela fez um longo "Huuuummmm..." logo que comecei. Continuei a brincadeira por algum tempo até que outros "Hum...", precedidos por um mais longo e mais forte me chamaram a atenção. Voltei até seu rosto, tirei o sutiã de cima dos olhos e soltei o lenço de sua boca.<br /></div><div align="justify">- Cinco?</div><div align="justify">- Seis.</div><div align="justify">- Que beleza! - e voltei para onde estava.</div><div align="justify">- Já chega, mocinho. Assim você... - e parou de falar no exato momento em que toquei-a de novo com a boca. Sem afastar o rosto dali, perguntei:</div><div align="justify">- Chega de quê? Acabei de começar... Você ainda não viu nada...<br /></div><div align="justify">Continuei a brincar com sua ♀ e ela deixou de contar a partir daí. Prossegui com a brincadeira por um longo tempo. Vários fiapos de voz, suspiros e gemidos saíram de sua boca e seu corpo se contorcia quase compulsivamente enquanto eu a estimulava. Como aquilo era gostoso!<br /></div><div align="justify">Dei-me por satisfeito com aquela brincadeira, desamarrei suas pernas e voltei para perto do rosto dela. Beijei-lhe a boca com vontade e ela disse:<br /></div><div align="justify">- Depois disso, vamos ter que repetir a dose de outra coisa também!</div><div align="justify">- Com certeza... - e nossas !! se encontraram de novo. Comecei o vaivém e, logo em seguida soltei as mãos de Isabela. - Vou ser um pouco mais bondoso com você, viu?<br /></div><div align="justify">Uma de suas mãos veio até a minha nuca e puxou-me para um beijo longo e voraz. A outra passeava pelo meu corpo com leves apertões e arranhados aqui e ali. A brincadeira durou um bom tempo e parecia que não nos cansaríamos nunca daquilo. Não faço ideia de quanto tempo passamos naquela loucura. Depois desse longo tempo, senti um forte arrepio correr-me pelo corpo, estremeci e de novo perdi o controle da respiração. Delicadamente desfizemos o contato entre nossas !!, deitei-me ao lado dela e ela disse ainda bastante ofegante:<br /></div><div align="justify">- Dois.</div><div align="justify">- Nossa... - disse também ofegante. - Posso jurar que foram mais que só dois.<br /></div><div align="justify">Ela riu breve e docemente e me abraçou.<br /></div><div align="justify">- Obrigada, Dé.</div><div align="justify">- Não tem por que agradecer, menina.</div><div align="justify">- Tenho. Pela proteção, pelo carinho, pelo cuidado...<br /></div><div align="justify">Beijei-lhe a cabeça e abracei aquela loura linda. Parecia extremamente frágil agora. Ela me olhou nos olhos e completou:<br />- E pela noite louca. A mais louca.</div><div align="justify">- Eu é que te agradeço pela bondade. - eu disse, corado e sorridente.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-47182478251920692792009-05-08T11:00:00.006-03:002009-07-09T11:11:22.214-03:00Sonhar e... Sorrir? Vol. 6<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu matei uma assassina - Parte 4</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Destravei a porta do meu apartamento, abri-a, entrei e Isabela entrou logo depois de mim. Fechei a porta, travei-a e...<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Deixa eu lavar esse rosto. Deve estar uma beleza com a choradeira - disse ela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Pode ir. A essa altura, eu acho que não preciso mais mostrar onde fica o banheiro - respondi quase rindo.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Deixei o violão em cima do sofá da sala e fui para a cozinha. Achei que ela fosse querer comer alguma coisa. É engraçado como chorar dá fome. Pelo menos comigo é assim. Coloquei um bocado de água para esquentar no fogão, peguei um pacote de macarrão, uns tomates, orégano, manjericão e comecei a minha brincadeira na cozinha. Nunca imaginei que cozinhar pudesse ser divertido, até quando comecei a aprender. Enquanto a água esquentava, pus a mesa cuidadosamente - como de costume - , piquei os tomates e deixei separados com o orégano e o manjericão. "Está faltando alguma coisa..." Abri um dos armários da cozinha e comecei a procurar o que colocar junto com os outros ingredientes. "Nah... Acho que assim tá bom. Cadê essa menina?"<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Enquanto imaginava o que poderíamos fazer para passar o tempo até domingo à tardinha - "aquele verme me paga pelo que fez com o Bruno e com essa menina" - e o que Isabela estaria fazendo para demorar tanto a aparecer, continuei cozinhando. O macarrão ficou pronto e fiquei pensando, ao mesmo tempo, que deveria estar gostoso e que eu poderia ter colocado mais alguma coisa entre os ingredientes. Servi um prato para Isabela, outro para mim e disse:<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Está na mesa, menina. Vem comer.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Estou indo.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">"Onde ela está? No meu quarto? E fazendo o quê lá?" Terminei de servir os pratos e fui para a cozinha para deixar a panela. Quase tomei um susto quando voltei para a sala e vi que Isabela já estava lá. "Como não a ouvi voltar? Estava usando botas de salto!" Claro... Estava descalça agora.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você fez jantar para dois? Que amor! - ela disse sorrindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Isso é mais ou menos o que eu disse ontem, não é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu sei. Foi de propósito - ela disse com um sorriso tranquilo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Quer tomar daquele vinho que abriu ontem?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Quero.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Fui para a cozinha de novo pegar um cálice e a garrafa de vinho para ela. De dentro do armário, além do cálice, tirei um copo de vidro e de dentro da geladeira, além do vinho, tirei uma Coca-Cola. "Que vergonha! Ela tomando um vinho caríssimo e eu, um refrigerante de R$ 2,50 a garrafa de DOIS LITROS! Que absurdo!" Fechei a geladeira e voltei para a sala com a cara mais vermelha do mundo.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu não acredito... Você me serve um vinho caríssimo e vai tomar um refrigerante de R$ 2,50 por uma garrafa de DOIS LITROS?!<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">"Que droga..."<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que coincidência! Acabei de pensar a mesma coisa com as exatas mesmas palavras.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Enquanto eu falava e punha as coisas em cima da mesa, Isabela saiu em direção a cozinha, rápida, e voltou com outro cálice.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você vai me acompanhar no vinho também, não vai? - disse colocando o cálice à frente do meu prato e mostrando um sorriso doce.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah... É que...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu sei que você não bebe, mas eu tenho certeza de que uma vez só não vai causar trauma nem fazer mal. Por favor...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Tá bom - peguei o copo e a garrafa de refrigerante e levei de volta para a cozinha. Voltei para a sala, sentei-me, servi um cálice para cada um de nós e começamos a comer.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ainda bem que fez esse macarrão. Não posso chorar, que morro de fome.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Imaginei... Também sou assim. Não sei como funciona para a maioria das pessoas, mas eu morro de fome depois que choro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por falar nisso... Esse macarrão ficou ótimo. Qual é o segredo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não sei... Macarrão, tomate fresco, orégano, manjericão...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E nada de molho. Adorei!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que bom! É ótimo saber que uma diversão minha agrada outras pessoas também.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então gosta de cozinhar?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Adoro. Sempre adorei. Mesmo antes de aprender.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Como assim "mesmo antes de aprender"?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Bom... Sempre gostei de comer. E sempre quis aprender a cozinhar. Desde garoto. Um dia fiz uma promessa: aprenderia a cozinhar antes de me casar e, depois de casado, seria eu a comandar a cozinha, e não a minha esposa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então, a julgar por esse macarrão aqui, sua esposa vai ser uma mulher muito feliz - ela disse sorrindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Assim espero. - respondi retribuindo o sorriso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E vai ter de fazer muito exercício físico, pelo jeito - ela disse com um risinho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Isso não vai ser problema, eu acho. Sou muito elétrico. Vou acabar levando a minha esposa pra essa onda de exercício físico.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que bom!<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Parei por um momento e observei-a enquanto ela comia. Sorri, sem que ela visse, e tornei a comer. Eu tinha tomado pouco mais de dois dedos do cálice que servi para mim. Ela notou e...<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E o vinho? Que achou?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por incrível que pareça, gostei dele. É docinho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por que não bebe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não gosto do gosto do álcool. Pra não dizer também que não sou muito resistente a ele.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Mas não é tão fraquinho que se altere com um cálice de vinho, é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Bom... A última vez em que tomei vinho já faz uns dez anos e eu virei um filósofo apaixonado com meio cálice.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela riu quase descontroladamente. "Que risada gostosa!"<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Um filósofo apaixonado, Dé?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É... Falava coisas que não faziam muito sentido e dizia amar alguém uma vez a cada dois minutos. Foi uma piada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu queria ter visto isso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Aliás... Desconfio de que seja o mesmo vinho. O gosto me parece o mesmo.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela parou. Olhou-me durante alguns segundos com uma cara que não sabia se queria rir ou achar aquilo muito estranho.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que foi?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Se foi o mesmo vinho...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vamos! Termine esse cálice! Eu quero ver o filósofo apaixonado!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah, sei... Quer que eu termine o vinho e fique embriagado para ver o filósofo apaixonado?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ahn... E por que outro motivo eu quereria que você terminasse o vinho? Pra te levar pra cama comigo?<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Embora me parecesse previsível essa resposta, fiquei surpreso com ela. Tentei não mostrar que tinha ficado um bocado desconsertado.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Talvez para não desperdiçar um vinho caro - "eu podia ter umas respostas um pouco melhores. Eu me rendo!"<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">A essa altura eu já tinha terminado o meu prato. Ainda tinha mais da metade do cálice de vinho. Peguei-o, suspendi à altura do meu rosto e...<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Bem... Depois não reclame do resultado final - disse tentando parecer sério, mas não pude conter o sorriso. Uma boa golada do vinho e devolvi o cálice à mesa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Essa é boa... Filósofo apaixonado...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você, pelo visto, é uma apreciadora de vinhos, não é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah... Eu fiz um curso uns dois ou três anos atrás. Mais por achar que é uma coisa fina que por gosto real pelo vinho. Aprendi a gostar durante o curso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Interessante - tomei mais um gole e o cálice estava quase no fim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E você tinha tempo para fazer curso de qualquer coisa que fosse mesmo sendo modelo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah, eu tinha. Achava ótimo. A carreira de modelo costuma tomar muito tempo das pessoas, mas a minha não foi bem assim. Fiz esse curso, um de decoração, um de tiro...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Imaginei que tivesse feito o de tiro. Não conheço muitas pessoas que empunham uma arma como você - e adeus ao último gole de vinho. "Eu quero ver quando essa coisa começar a fazer efeito... Qualquer que seja a impressão que ela tenha de mim vou acabar pondo abaixo."<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela terminou de comer, juntou os talheres, tomou o seu último gole de vinho e eu recolhi a louça. Deixei tudo dentro da pia e voltei para a sala. Ela estava na varanda, debruçada no parapeito. Fui até lá e fiquei ao lado dela.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Como é que aquele verme sabe o bastante pra advertir uma pessoa que contratou pra me matar e não sabe onde eu moro?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não sei... Não faço ideia, na verdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Chega a ser engraçado saber que ele não sabe onde eu moro e saber que moramos no mesmo país, no mesmo estado, na mesma cidade, na mesma quadra...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu também acho. Talvez seja só uma questão de tempo até ele descobrir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah... Eu... - "Ooopa... Cadê as palavras quando preciso delas? Será o vinho? Já?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você...?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu duvido - "Ufa!" - . Se ele não me achou até agora e mandou alguém me achar e acabar comigo, eu acho que... ele não me acha mais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Dé... Você tá falando engraçado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que droga... Eu te avisei sobre o vinho, não avisei?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Hihihi... - ela riu docemente. - Avisou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vem cá - encostei as costas no parapeitoe a puxei para minha frente. Abracei-a e encostei sua cabeça no meu ombro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O seu abraço é tão gostoso... Sabia disso?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sabe... Eu estou começando a me convencer disso. Não é a primeira vez que você vem parar nele.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu acho que vou deitar um instante. Minha cabeça está doendo um pouco.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vai lá. Eu vou ficar aqui um pouco. Ver se passa o efeito do vinho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sei... Não passa rápido assim, viu?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah, passa. Comigo passa. Daqui umas duas horas eu estou novo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Tá bom.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela entrou. Não vi para que quarto ela foi, mas não duvido que tenha sido o meu. Fui para a sala, tirei o violão de dentro da bolsa, sentei no chão da varanda e comecei a tocar. Improvisei qualquer coisa durante um bom tempo, enquanto olhava para o céu. E que lindo estava ele. Limpo, uns poucos floquinhos de nuvens, uma lua cheia, enorme e branca... Fazia pequenas pausas na música para olhar para o céu e depois tornava a tocar. Passei mais de uma hora nesse ritmo de música e pausas até resolver levantar. Levantei-me, coloquei o violão em cima da bolsa e... "Que barulho foi esse?" Abri o bolso pequeno da bolsa do violão e tirei a pistola de Isabela de dentro. "Acho melhor esconder isso. Ela pode se lembrar de onde eu guardei e querer usar." Hesitei um pouco... "Nah... Duvido! Mas... Espera um pouco..."<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Voltei para a varanda com a pistola na mão e debrucei-me no parapeito. Comecei a analisar a pistola. Não tinha marca, não tinha nenhum código que indicasse modelo nem local de fabricação... Nada. Parecia ter sido feita sob encomenda. E perfeita. Toda em aço escovado, cabo com placas emborrachadas, acabamento perfeito... "Melhor eu guardar isso. Não sei se ela vai gostar de me ver com essa pistola na mão."<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Antes mesmo que eu pudesse me desencostar do parapeito, senti dois braços me envolvendo lentamente - um pelo peito e outro pela cintura - e Isabela me falou ao pé do ouvido com uma voz suave e preguiçosa:<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que é que você está fazendo com isso aí nas mãos?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu... - embora tivesse começado um risinho com a pergunta da moça, demorei a achar uma resposta. "Acho que o vinho ainda está fazendo efeito..." - Não sei direito... Dando uma olhada... - quase não consegui responder. O vinho e um par de lábios quentes e úmidos passeando pelo meu pescoço atrapalharam o meu raciocínio.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você continua falando engraçadinho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu... Eu... Acho que ainda... - "Como pode uma coisa simples como um beijo cortar a linha de racioncínio de uma frase tão curta?!"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ainda...?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Acho que ainda é o... - "Não sei se me rendo aos beijos ou se..."</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O...?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vinho...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vem cá - ela me puxou para dentro do apartamento. Tirou a pistola das minhas mãos, largou-a junto do meu violão e, quando dei por conta, tinha sido jogado na minha cama.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ei... Não é querendo... - "Por que não consigo falar quando estou sendo beijado no pescoço?" - ... interromper, mas não acha... meio...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Meio clichê? - ela parou e olhou-me fundo nos olhos com um sorriso maravilhoso. - Primeiro tento te matar, depois jantar com vinho, violão e agora isso? - E enquanto falava, tirou minha camiseta.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É... - "Ainda bem que ela completou... Com vinho e tantos beijos eu não teria conseguido falar tão cedo."</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu acharia, se fosse você a me trazer pro seu quarto - ela disse enquanto amarrava as minhas mãos à cabeceira da cama com uma gravata. - Mas bem do jeito que está sendo... Não sei se é tão clichê assim.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">As palavras saíram entre beijos que me atacavam no pescoço, nas orelhas e na boca. "Meu Deus do céu... Morri e não me avisaram?" Não pude conter uma respiração ofegante.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vai ter muito que ofegar ainda, menino. A noite vai ser longa...</span></div><div align="justify"></div>Anonymousnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-14830809924628016242009-03-29T16:36:00.007-03:002009-04-22T16:55:20.338-03:00Sonhar e... Sorrir? Vol. 5<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu matei uma assassina - Parte 3<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">"Quatro e trinta e oito da manhâ. Que diabos! Por que eu fui acordar antes do despertador? Eu não devo ter dormido como deveria. É a única explicação." Saí da cama direto para ver o resto da casa. Dois pratos sujinhos em cima da mesa, dois cálices de vinho: um cheio e outro pela metade. Quem visse isso poderia muito bem pensar numa festinha a dois. Apesar de eu não ter bebido nada, tive alguma dificuldade para lembrar que foi a Isabela quem esteve aqui ontem à noite. E disse que ia me matar. Aquela menina doida...<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Como ainda era muito cedo e eu só precisava estar no colégio às sete horas, comecei a arrumar a casa. Levei os cálices e os pratos para a cozinha, pus tudo em cima da bancada e... Que droga... Isso é um vinho caro, ela abriu, não tomou o cálice todo e eu não bebo. Que faço com isso? Espero que ninguém descubra que eu joguei tudo no ralo da pia. Lavei a louça sem a menor pressa para depois colocar as coisas todas no lugar pelo resto da casa.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Terminei de lavar a louça do dia anterior e fui para a sala arrumar os CD's, guardar o violão e procurar mais alguma coisa para arrumar pela casa. Como não tinha mais nada - graças a Deus! - , danei-me a pensar no que faria do "resto" do dia de hoje até domingo. Ah, domingo... Aquele verme maldito ainda vai me pagar pelo que fez com o Bruno e com a Isabela. Bruno não podia ser morto. E Isabela nada tem a ver com nada no meio daquele monte de ratos nojentos. É uma modelo, uma menininha. Não pode se meter a assassina de aluguel. Não pode. Eu não posso deixar.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Sentei-me no sofá, peguei de novo o violão e comecei a improvissar qualquer coisa. "Que maravilha! Meu ingresso pro forró na semana que vem está garantido com open bar! Hehehe... Pra que open bar? Eu não bebo! Pelo menos água, suco e refrigerante - fora a entrada - são de graça na quinta. E dança! Vai ser ótimo! A menos, é claro, que aquela lourinha maluca apareça de novo e, desta vez, realmente decidida a me matar. Mas eu duvido muito. Acho que não aparece mais. Ou será que aparece?"<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">F</span><span style="font-family:trebuchet ms;">iquei pensando nessas coisas todas durante quase uma hora e meia. Ao ver que já passava das seis da manhã, resolvi tomar café da manhã, juntar as minhas coisas e ir para o colégio. As sextas eram sempre divertidas. Os alunos de saco cheio, loucos pelo fim de semana... Vai ser engraçado. "Eita! Tiago não vai me deixar em paz! Que é que eu digo praquele sujeito? Nhargh! Que susto! Quem diabos liga pra outra pessoa às seis e quinze da manhã?"<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Alô? - nada. Ninguém dizia nada do outro lado da linha. - Alô? Alô!<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Desliguei o telefone, tomei um copo de suco, peguei um pacote de biscoito recheado, vesti a camiseta do colégio, calcei um par de tênis, peguei a mochila e saí. Desci os três andares de escada até o térreo - dessa vez vou com o verdão - , peguei o meu carro e saí rápido para o colégio. Cheguei em dez minutos - confesso que fui muito rápido de casa para o colégio. Geralmente levo o dobro do tempo. Estacionei na primeira vaga que me apareceu, saí do<br />carro e fui para a sala dos professores esperar o sinal para o começo da primeira aula. Daí mais dez minutos eu ouvi uma voz vindo forte pelo corredor.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Cadê ele? Cadê o André? Aquele carrão verde é dele! Cadê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Estou aqui, Tiago.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Tiago pôs a cabeça para dentro da sala dos professores e...<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Safadão! Seu sem vergonha! - ele disse com um sorriso do tamanho do mundo. - Pegou a modelo, né, garanhão?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que é isso, rapaz! Até parece que eu sou esse garanhão que vo...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É, seu safado! Esqueceu os amigos na boate e ficou a noite toda com a modelo, não é? Conta aí! Como foi tudo? Eu quero detalhes!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Acho que você não quer ouvir - eu disse com um sorriso de quem tem a melhor das piadas na manga.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Hmmm... Quer ficar com a históra só pra você, né? Sei como é isso... Sei como é isso... - ele respondeu, zombeteiro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não. É porque não aconteceu nada, de fato.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Como assim?! - o espanto dele foi tão grande que a Rosa, que passava pela sala, até parou para escutar a conversa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Bom... Um beijo. Dois.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah, André!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Que foi, meninos? - a Rosa entrou na sala já perguntando.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ô, Rosinha, é que o Tiago não se conforma com o fato de eu não ter ido ontem ao forró com ele mais os meninos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E por que você não foi, Dezito?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É que...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É que ele estava com uma modelo em casa ontem à noite e não quis dividir com a gente.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Rosinha olhou para o Tiago com uma cara de não sei se "menina sem vergonha" ou<br />"mamãe dando bronca no filhinho".<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E o que é que tem, Titica? O Dezito não é praquelas suas pé de valsa não. - Virou-se para mim. - Faz bem passar um tempo com a moça, Dezito. Deve ser muito boa gente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Obrigado, Rosinha. - eu agradeci, embora pouco do que ela falara me fizesse sentido, e ela saiu.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Depois da aula você me conta tudo, heim, rapaz? Não é possível que ela tenha ido te procurar, não tenha te matado e o saldo tenha ficado em dois beijos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu conto. Mas você não vai gostar de saber.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Passamos a manhã inteira dando aula, das sete horas até meio dia e meia. Depois que a aula terminou, nós fomos para a sala dos professores e começamos a conversar. Achei estranho ele não ir direto ao assunto de ontem à noite.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E aí? Como foi a conversa com o Lacerda ontem depois da aula?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Foi tranquilo. Boas notícias, eu diria.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O que é mesmo que ele queria? Ele fez um mistério tão grande em cima disso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É verdade. Mas era por uma boa causa. A conversa tinha duas pautas, na verdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E quais eram? Vai virar coordenador da equipe de português, por acaso?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vou. - eu disse, sorrindo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Aaaahhhh, rapaz!! Esse é o meu garoto! E a segunda pauta?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vou assumir as aulas de inglês também.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eita! Agora é que você vai rachar de trabalhar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E de ganhar dinheiro - eu disse quase gargalhando.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É verdade. Mas agora para de me enrolar. Conta direito como foi a história de ontem à noite com aquela loirona.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Depois que te deixei em casa, batemos um pega cidade a fora. Consegui despistá-la, dei uma enrolada por aí e, quando cheguei em casa ela estava lá.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Como assim? Já deu a chave da sua casa pra modelo, rapaz? Já vai casar?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não, seu doido! Ela conseguiu a chave do meu apartamento. E de algum jeito que eu não consigo imaginar qual.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">-</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> Sei... Que mais?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu imaginei que houve várias maneiras possíveis pra ela me apagar ontem à<br />noite mesmo. Conversamos um bom tempo, descobri que ela é nova nessa coisa de matadora de aluguel e tal...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E...?<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">E eu contei todo o resto da história ao Tiago. Ele ficou surpreso com aquilo<br />tudo - quem não ficaria? - e ficamos conversando na sala dos professores<br />durante um longo tempo. Esquecemo-nos até de almoçar. Lá pelas duas e meia da<br />tarde nós resolvemos almoçar juntos e conversamos mais um bom bocado. Parece<br />brincadeira, mas fui sair do colégio já depois das quatro horas da tarde,<br />depois de muita conversa. Olhei para o relógio e fiquei espantado com o tempo<br />que passamos conversando.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu vou andando, Tiago. Quer carona pra casa de novo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu não sei... Será que é seguro?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Uai... Por que a pergunta?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- A loirona pode estar à sua espera lá fora como ontem e anteontem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah! Relaxa... Se ela estiver, ela vai atrás de mim e não de você. - espiei, da porta de entrada do colégio, o outro lado da grade. Parecia que ela não estava lá. Pelo menos não no mesmo lugar onde estava antes de começar a me seguir nos dois dias anteriores.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Acho que não está lá.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então eu aceito a carona.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Deixei o Tiago em casa e fui embora vigiando os retrovisores à procura do conversível vermelho ou de outro carro que me estivesse seguindo desde a porta do colégio. Nada. Acho que eu estava seguro, finalmente. Estacionei o carro, subi pelo elevador, entrei no meu apartamento e caí na cama. Dormi igual a uma pedra até as sete horas da noite. Quando acordei, meio desorientado, vi que ainda era cedo naquela noite quente. Levantei, tomei um banho, troquei de roupa peguei o meu violão e desci. Adorava tocar violão embaixo do bloco<br />vizinho. Ficava de frente pra um monte de ruas movimentadas e aquela visão de um monte de carros passando à noite me era agradável para tocar.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Sentei embaixo do bloco, tirei o violão de dentro da bolsa e comecei a tocar. Tocava e cantava como se fosse pra uma roda de amigos. Tocava as canções de que mais gostava e das que os meus amigos mais gostavam. Toquei durante quase </span><span style="font-family:trebuchet ms;">uma hora e, de repente, ela apareceu. Estava linda, como sempre, mas linda como nunca. Uma calça jeans escura com uma blusa branca e, por cima da blusa, a jaqueta de couro marrom. Não sei se foi porque ela fizera alguma coisa diferente no cabelo ou se era porque simplesmente estava com a cara fechada.<br />Ela já apareceu com uma pistola na mão, parou perto de mim e apontou a arma já com o dedo no gatilho. Aquilo não me assustava mais e, ainda que ela fosse mesmo me matar, eu estava tão tranquilo que nem eu mesmo me reconheci. Não parei de tocar por causa daquela cena. Aliás, não parei por nada.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Olá, mocinha.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não começa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não posso mais cumprimentar? - eu só não cantava mais, mas continuava tocando e prestando atenção nas cordas do violão, e não nela. Talvez isso a irritasse mais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não sei se faz sentido cumprimentar quando você não vai poder se despedir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Adeus.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não me provoque!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ou o quê?! - parei de tocar subitamente e olhei para ela com a cara ainda mais fechada que a dela. Fiz uma coisa de que muita gente não gosta: olhei para ela por cima da lente dos meus óculos. - Ou o quê?! Vai atirar em mim? Ou vai dar um chilique?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu disse pra não me provocar. - ela armou o cão da pistola.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ou o quê? Você vai me matar? Eu não acredito. Está me procurando há três dias pra fazer esse serviço ridículo de fácil e não o fez até agora. Será que ainda fará? Vai puxar o gatilho? Não o puxou ainda por quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela me olhava fixamente. Os olhos queimando não sei se de raiva ou de<br />desprezo.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você não escapa hoje.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Anteontem você disse a mesma coisa pra ontem e ontem você disse a mesma coisa. - coloquei o violão em cima da bolsa. - No entanto, estou aqui. Escapando toda vez.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Cala a boca! - ela deu um passo para trás e apontou a pistola para a minha testa. Continuou olhando fixamente para mim. Seus olhos e mãos estavam trêmulos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Atira. - ela não reagiu. Fiquei em pé, cheguei mais perto dela e delicadamente peguei suas mãos e encostei o cano da pistola no meio da minha testa. </span><span style="font-family:trebuchet ms;">- Atira, Isabela.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela continuava olhando para mim sem se mover. Aquilo irritou-me profundamente. Gritei:<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Atira, vadia inútil!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- ...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Está com medo de quê? Você está armada e a arma está na minha cabeça! Puxa a porra do gatilho e acaba de uma vez com isso!<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ela começou a chorar.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Atira, sua desgraçada!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu não consigo, André! Eu não consigo! - ela chorava descontroladamente. Não conseguia mais segurar a pistola apontada para mim. Abracei-a, encostei-me numa parede, encostei a cabeça dela no meu peito e dei-lhe um beijo na cabeça. Peguei a pistola de sua mão e pus dentro da bolsa do violão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não chora, menina.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por que faz isso, Dé? - ela disse entre soluços.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Desculpa. Não se ofenda assim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não me ofendo com o que você disse. Nem um pouco. Quero saber por que você faz o que faz comigo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu já te disse ontem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ai, Dé...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Eu já disse que você tem o coração mole. Esse serviço não é pra você. Você devia ser modelo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ele vai me matar, Dé. Hoje era o último dia. Ele vai me matar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ele sabe onde eu moro?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então vem comigo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">-</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> Pra onde?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Pro meu apartamento.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Nossa... Isso soa meio clichê, não acha? - ela disse enxugando as últimas lágrimas e riu.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você não quer que ele a encontre e eu também não. Talvez ficar lá em casa um pouco seja uma boa opção, não acha?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É verdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então vamos.<br /></div></span><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Pus o violão na bolsa, peguei minhas coisas e fui segurando a mão da Isabela.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-37947075260304045482009-03-15T15:57:00.008-03:002009-03-24T19:14:25.509-03:00Sonhar e... Sorrir? Vol. 4<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu matei uma assassina - Parte 2</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Vem cá, rapaz... Você não costuma ficar com essa cara nem nos dias mais pesados aqui no colégio.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ora, Tiago... Que cara?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Essa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Mas eu nasci com ela, homem! Só tenho essa mesmo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- A-ha-ha. Engraçadão você, heim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Você me conhece... - eu disse com um sorriso cínico.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Então, conta aí. O que aconteceu? Está com cara de quem tomou um susto enorme de ontem pra hoje.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É mais ou menos isso. Aconteceu uma coisa bem incomum.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Como o quê?<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Pedi pro Tiago me acompanhar até a sala dos professores, aproveitando que estávamos no horário do intervalo entre as aulas. Teríamos uns vinte minutos pra conversar até o começo da aula seguinte.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ontem, quando saí daqui, fui seguido até em casa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Quem era?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Uma assassina de aluguel.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah, André! Dá um tempo!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É sério, cara. Loura, alta, num conversível vermelho... Ela me seguiu até em casa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E, vem cá... Como é isso? Como é que ela é uma assassina de aluguel, seguiu você até em casa para te matar, eu suponho, e você está aqui para contar a história?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Será que é porque ela não me matou?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Tá, rapaz. Deixe disso e diga logo o que aconteceu.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Basicamente nós conversamos até o cair da noite. Ela me seguiu daqui até em casa, fomos juntos ao supermercado, voltamos pra minha quadra, conversamos até perto das sete horas e ela foi embora. Disse que voltaria pra me matar hoje.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ah... Então pode ser que você não venha amanhã? Essa é boa...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Não se surpreenda, se eu não vier mesmo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Tá certo. Vem cá... Pode me dar uma carona até em casa hoje? Meu carro está na oficina.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Claro! Vem aqui pra sala dos professores depois da aula. O Lacerda disse que queria conversar comigo hoje depois da aula. Deve ser rápido. E aí a gente vai.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Conversar o que com o Lacerda?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Ele disse que era surpresa. Vamos. A gente vai acabar perdendo o horário da aula.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Isso foi perto das dez horas da manhã. O resto da manhã correu bem e, ao meio dia e meia, voltei para a sala dos professores, como combinara com o Tiago. Cheguei lá e, em cinco minutos, fui chamado pelo Lacerda para a sala da diretoria. Conversamos por mais ou menos meia hora e, depois, fui almoçar com o Tiago. Conversamos um bom bocado na hora do almoço, voltamos para o colégio para uma reunião de professores com o diretor e saímos do colégio no mesmo horário de ontem, em torno de quatro horas da tarde.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">-</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> Cara... Eu quero ver o que você vai fazer se o seu carrão quebrar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Por quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Porque o seu esportivozinho só tem motor! Não tem portamalas, só entram duas pessoas nele...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- É como eu costumo dizer; esse é um carro pra ter, não pra usar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Sei, sei...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Saí do estacionamento sem pressa, como de costume. Virei à direita ao sair, peguei a rua e...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- Aí atrás, Tiago.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- O quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- A loura do conversível vermelho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Tiago espiou pelo retrovisor direito e...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Rapaz... Que mulherão, heim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu disse.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E ela vai te matar hoje, é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É o que ela disse que tem que fazer.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ela não vai.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ela não vai te matar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim, Tiago?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Se ela fosse te matar mesmo, teria feito isso ontem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tá, tá... Sei...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Aposto o teu ingresso pro forró hoje à noite.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Se você for hoje à noite, eu pago o seu ingresso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E se eu aparecer só amanhã de manhã?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Parei o carro em frente ao prédio do Tiago e ele respondeu antes de sair:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Se aparecer vivo, o seu ingresso pro forró na semana que vem está garantido com open bar, porque eu tenho certeza de que, se você não aparecer hoje e estiver vivo amanhã, é porque ganhou a modelo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Corta essa, doidão!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É sério!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tá, tá, Tiago, tá.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Obrigado pela carona, garotão. Até mais - ele saiu do carro e fechou a porta.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Com open bar, heim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Tiago fez um sinal positivo com a mão e eu saí. Ela ainda me seguia de perto. Saí da quadra acelerando fundo; queria testar se essa loura era mesmo capaz de fazer o que disse que faria - ou coisa assim. Saí cidade afora acelerando como se estivesse participando de uma corrida. Ela me acompanhou bem durante uns dois minutos e, depois, sumiu do meu retrovisor sem deixar pistas. Finalmente consegui despistá-la. Embora agora eu pudesse ir para casa sossegado por não estar mais sendo seguido, resolvi passar na padaria para comprar - sou doido por eles - uns doces. Fui sem pressa, comi alguns doces, deixei outros para quando chegasse em casa e resolvi que era hora de voltar para casa, tomar um banho e trocar de roupa. Eu não queria chegar tarde para o forró.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Cheguei ao meu prédio, estacionei o carro, saí, travei as portas, subi, coloquei a chave na fechadura e... Como assim? Eu jurava ter deixado a porta destravada antes de sair de casa. "Já sei... Ela deve ter chegado antes de mim e está preparando uma armadilha. Essa musiquinha tranquila no meu aparelho de som..." Entrei.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Quer dizer, então, que tem a chave do meu apartamento?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Pode apostar que não é só a chave - ela disse. Apesar de não a ter visto, notei que ela sorria enquanto falava.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Passei pela sala, para o meu quarto - não é possível que ela escondeu a chave da porta do meu quarto - , peguei uma muda de roupa no armário e fui tomar banho. Tomei banho sem pressa - pra que ter pressa de ir ao encontro de uma assassina de aluguel, não é mesmo? - e resolvi fazer a barba. Vesti-me da metade para baixo e, enquanto fazia a barba, percebi que ela estava cozinhando alguma coisa. O barulho de comida fritando na frigideira, o cheirinho de carne, pão e temperos pela casa... "Que diabos essa menina está aprontando?" O barulho de fritura logo parou e deu lugar a um - o meu?! - violão acompanhando a música que tocava.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você é mesmo incrível. Desfila, posa, persegue, mata e ainda cozinha e toca violão? - disse a caminho da sala, enquanto vestia minha camiseta.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você também deve fazer essas coisas, exceto desfilar e posar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Engraçadinha.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não é menosprezo. Você é bonito, mas não é modelo, certo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Certo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E persegue, mata, cozinha e toca violão. Aliás, além do violão, toca guitarra.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Viu minhas guitarras, então.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vi. E descobri que uma delas tem o meu nome. Gosta dele?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Adoro - eu disse sorrindo. Decidido a testá-la, falei: - Agora vamos. Combinei de ir dançar forró com uns amigos. Vai ser ótimo tê-la como companhia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por que não ter a minha companhia e só ela, por enquanto? - ela perguntou, sacando a arma e apontando para o meu rosto. Ela estava em pé no meio da sala e eu apenas longe o bastante para que ela não encostasse sua arma em mim estando com os braços esticados.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Essa pose não me assusta mais, Bela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, não? Que tal com o dedo no gatilho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você é uma graça, sabia? - falei abaixando a arma dela e olhando para a mesa da sala. Havia duas taças de vinho cheias pela metade. Olhei para ela de novo tentando fechar a cara. - Você abriu o meu vinho?! Isso é um vinho caro, sabia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu sabia. Por isso mesmo abri. Achei que era uma ocasião especial.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Então também não sabe que eu não bebo - eu disse já sorrindo de novo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não bebe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, Bela! Como conseguiu chegar até mim sabendo o pouco que sabe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bem... - ela procurou uma resposta por alguns segundos, deixou a pistola em cima da mesa e... - Vou buscar o nosso jantar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Preparou um jantar pra dois? Você é um amor!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela voltou da cozinha com um prato em cada mão, entregou-me um deles, sentou-se no sofá e começou a comer.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- De quem ganhou o seu brinquedo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Qual deles?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- A pistola no portaluvas do seu carro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, sim. Meu irmão me deu. Em parte para me parabenizar pela conclusão do curso de tiro e em parte para para me compensar pelo presente que eu dei a ele quando ele entrou para a polícia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E que presente foi?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uma Heckler & Koch igual á que ele me deu.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você gosta de presentes caros, heim? Os seus carros, o presente do seu irmão, o seu vinho, que, por sinal, está uma delícia...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu estou aqui me perguntando: de quantas maneiras diferentes você poderia ter me matado até agora? E, mesmo assim, não me matou. Poderia ter sabotado meus carros, atirado em mim, explodido o meu apartamento comigo dentro com o gás da cozinha, feito alguma arapuca com o meu chuveiro e me matar eletrocutado com ele, envenado esse pão delicioso...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O efeito de um veneno no pão ainda viria.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É. Mas ele não vem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, não?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não. Senão, você não me teria ameaçado com a pistola de novo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você é esperto. É um menino, mas é muito esperto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Menino? Eu? Quantos anos acha que eu tenho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu sei que você tem vinte e cinco.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E quantos anos você tem? Com essa carinha de anjo, não sei se tem vinte.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vinte e três.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E mata por dinheiro há quanto tempo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Olha... Se vai me interrogar... - interrompi-a pegando meu violão e começando uma música. Comecei, parei no meio, desliguei o aparelho de som e continuei a tocar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você não canta? - ela perguntou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Canto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E por que não solta essa voz?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah... Não sei se você gostaria disso - deixei o violão no sofá e fui para a varanda. - A noite hoje está tão bonita, não é?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Está - ela já estava ao meu lado, debruçada sobre o parapeito.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como entrou pra essa vida de assassina de aluguel?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É uma... - hesitou. - ... longa história.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Conte-me. Estou disposto a ouvir. Tenho a noite toda.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Curioso foi notar que ela deixou escapar uma lágrima de cada olho e, rapidamente as enxugou antes de me perguntar com um claro ar de reprovação.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por que quer tanto saber?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Porque não cabe na minha cabeça a ideia de uma garota linda como você largar a carreira promissora de modelo que tinha para fazer um trabalho sujo desses.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu nunca matei ninguém na minha vida! Você é o primeiro desse serviço sujo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Então não tem sangue em você. Não desse jeito.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não, André - ela abaixou a cabeça e enxugou as lágrimas. - Desculpa. Dé. Ainda não.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah... "Ainda" não? Se eu sou o primeiro, você nem deve ter largado a carreira de modelo ainda.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Para com isso! - não eram mais só lágrimas, era um verdadeiro choro. Pus sua franja para trás de suas orelhas, tirei suas mãos de seu rosto e, enquanto enxugava suas lágrimas...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não faça isso. Você é muito novinha. Não devia fazer esse tipo de coisa. Deixaria-a traumatizada pro resto da vida.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não sei - hesitou e mudou de assunto. - Está frio aqui fora.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Abracei-a. Não, enrolei-a nos meus braços. Ela parecia um bebê desamparado. Encostou a cabeça no meu peito, as mãos juntas entre o meu peito e o dela. Suspirou. "Que será que essa menina tem? Por que tenta fazer isso?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vai pra casa, menina.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Hm-hm - respondeu negativamente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Desiste desse serviço, desiste de me matar, vai pra casa e, domingo, você não vai ter mais quem cobre o seu serviço de você.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não, André.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vai embora, antes que eu faça alguma besteira.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela olhou fundo dentro dos meus olhos. Um olhar daqueles que fazem um bruto cair de joelhos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não, André! Já disse que não!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Segurei o seu rosto entre as minhas mãos com vontade e beijei-lhe a boca. Não sei se por pura brincadeira ou porque estivesse apaixonado pela figura da assassina de coração mole. Pensei que ela fosse querer sair de perto de mim, correr para a sala, pegar a pistola e esvaziar o pente na minha testa, mas não. Rendeu-se. E parecia que não queria outra coisa a não ser aquilo. Depois de um longo beijo e de me abraçar, ela perguntou:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por que faz isso?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Porque sim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Isso não é resposta, Dé.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Então é porque você tem o coração mole e eu acho um desperdício você deixar a sua vida tomar esse rumo horrível.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você fala que é tão horrível matar alguém... Por que quer matar o chefe da GREVE?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu tenho contas a acertar com ele.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sei...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas isso é história pra outro dia. Vai pra casa tratar de coisas menos importantes que o seu "serviço".</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela foi para a sala, pegou a bolsa em cima do sofá, pegou a pistola, guardou-a dentro da bolsa e virou-se.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu venho amanhã de novo e, juro, você não escapa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Se você vier amanhã, você é quem não escapa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Escapar de quê, professorzinho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você não vai conseguir fazer isso. Você tem o coração mole. Entrou na minha casa pra me matar e acabou nos meus braços. Ficou aqui em casa até agora, mas não foi pra me matar, eu tenho certeza disso. Se voltar amanhã... - hesitei. - Quanto mais vezes voltar, mais difícil ficará pra você. Acredite.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela andou até a porta e eu a acompanhei de perto. Abri a porta para ela, ela passou para o lado de fora e disse:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu volto amanhã. E...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- "Eu te pego, professorzinho."</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Se voltar amanhã...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O quê? Já disse isso duas vezes. Se eu voltar amanhã...?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vai ser mais difícil que hoje.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela chamou o elevador, voltou para me beijar e, ao ouvir o elevador chegando, disse...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tchau. Amanhã eu te mato.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não. Amanhã EU te mato.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela entrou no elevador e, de lá de dentro, antes de deixar a porta fechar, com uma das mãos me mandou um beijo e, com a outra, fez uma arminha disparando contra mim. "Droga... Perdi o horário do forró. Acho que não vou mais." Retribuí o gesto integralmente.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-13670549205045776802009-03-13T10:15:00.005-03:002009-03-13T11:30:37.319-03:00Sonhar e... Sorrir? Vol. 3<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu matei uma assassina - Parte 1</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">- E aí, André, como foram as aulas hoje?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Normaizinhas. Parece que a molecada tava com pulga na cueca hoje de manhã, mas foi divertido.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É sempre divertido pra você, né? Tudo é festa mesmo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah! Em sala de aula eu me divirto com tudo. Até com os bagunceiros.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Só você pra querer dar aula pra terceiro ano do ensino médio.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Olha só! E você faz o quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Isso aconteceu já bem depois do meio dia. Já passava, aliás, das quatro da tarde de um dia em que trabalhei a manhã inteira no colégio, almocei por lá e houve conselho de classe à tarde. Pela minha cabeça não passava mais que ir para casa, pegar o outro carro e ir ao supermercado fazer umas compras. Uma bela tarde de quarta com um sol dourado lá fora.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- André, vamos a uma boate mais tarde? Vai rolar um forró bacana hoje à noite.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ô, Tiago, hoje não vou. Desculpa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ora... Vamos, rapaz! Você é solteiro! Vinte e cinco anos! Cheio de energia! Vai se divertir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Cara, eu estou meio cansado hoje. Vou pra casa trocar de carro, fazer compras e voltar pra casa pra descansar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que é isso, homem! Fazer compras e descansar? Que diabo de solteirão é você?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah! Responde essa, vai! Gosto tanto de ouvir!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vinte e cinco anos, professor de sucessíssimo, anda de carro esporte... e está dispensando um forró? Logo você dispensando forró?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É... Mas se rolar outro amanhã, eu vou. Prometo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vê lá, heim? Até amanhã!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Até amanhã, Tiago.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Bem como o Tiago disse: entrei no meu carrinho esporte, dei a partida, manobrei pelo estacionamento do colégio - que estava vazio para uma quarta à tarde e saí sem pressa. Depois de um tempo, percebi que estava sendo seguido. Há quanto tempo esse - outro - esportivo está me seguindo? Não deve ser nada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Parei num semáforo e percebi que não só era um esportivo como era um conversível. E vermelho. Com uma bela loura ao volante. E só ela dentro do carro. "Deixa de ser besta, André. Pessoas não seguem outras pessoas no trânsito por aí. Não numa quarta à tarde." O sinal abriu, virei à direita e segui. E lá vem o conversível vermelho. Será que o meu cupê amarelo chama tanta atenção assim? Convenhamos que não é muito mais gritante que um conversível vermelho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Depois de mais uns cinco minutos de volante, esqueci-me de que estava sendo seguido. Entrei na garagem do prédio, estacionei, saí do carro, subi para o pavimento térreo para pegar o outro carro e ir fazer compras e... Hã? Que faz a loura do conversível vermelho - com ele - na frente do meu carro? Está bloqueando a minha saída. Antes mesmo de abrir o carro:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Posso ajudar em alguma coisa, moça?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ela tirou uma pistola de dentro da jaqueta de couro e apontou para mim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Acho que não.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah! Entendi. Você veio me matar, não é? Deixe para mais tarde um pouco. Eu preciso fazer compras.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não vai precisar delas - ela disse com um tom sério e uma cara mais ainda.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, eu vou. Eu sou solteiro, tenho vinte e cinco anos e me recuso a morrer com um tiro sem ter comido nada antes - destravei o meu carro e fui entrando. - Entra aí. Vamos comigo. Mais tarde você me mata.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">A loura fez uma cara de quem achou tudo aquilo muito estranho - e qualquer um teria achado. Estacionou o carro ao lado do meu, entrou e saímos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por que você quer me matar?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Porque você sabe demais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, claro! Eu sou professor, sabe? Eu preciso saber o que eu sei pra dar aula.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não, André. Não é isso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Então sabe o meu nome? Não me surpreende. Sabe onde trabalho, onde moro, que tenho dois carros... Que mais você sabe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que você conhece a GREVE.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ahn... A GREVE. Fala do grupo de ratos que faz tráfico ilegal de armas cuja sede é aqui na minha quadra e, teoricamente, ninguém sabe a respeito?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Exatamente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E por que esse nomezinho ridículo? Não tinha um piorzinho um bocado para um grupo de traficantes de armas?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como?! - ela me olhou com um ar de não sei se susto ou reprovação.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É. Que nome ridículo!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bom... - ela se ajeitou no banco do passageiro. Se você sabe o que é a GREVE, sabe quem me mandou, suponho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sei. E se você sabe quem sou, onde trabalho, onde moro e que tenho dois carros, também sabe que vou matar quem te mandou, certo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ahahahaha! - ela riu descontroladamente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não ria. Ele não passa de domingo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como você pretende matá-lo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vai ser fácil. Como ele está instalado num apartamento num prédio na minha quadra como um morador comum, não há segurança no prédio que me segure. Ele não instalaria nenhum sistema de segurança superavançado porque isso chamaria a atenção de outros traficantes tão grandes e nojentos quanto ele. Sem falar que isso atrairia a atenção da polícia, uma vez que os porteiros do prédio saberiam que no apartamento tal há um sistema de segurança assim assado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É? E como pretende entrar?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É segredo. Mas ele não vai ver o nascer o sol da próxima segunda. Domingo à noite ele vai dormir e não vai acordar mais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Gostei de você.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Parei no supermercado e ela ficou dentro do carro enquanto eu fui rapidamente fazer as compras de que precisava. Propositadamente deixei-a dentro do carro para que fuçasse coisas como o meu portamalas - e não achasse mais que livros e cadernos novos e velhos - e meu portaluvas - e achasse um portadiscos e, quem diria, uma pistola 9mm automática. Quando cheguei de novo ao carro, surpreendi-a com minha pistola na mão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ei! Esse brinquedo é meu. Ponha no lugar já - falei sério e incontestavelmente imperativo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tá bom, tá bom, pronto - ela pôs de volta a pistola no portaluvas num gesto rápido e um pouco atrapalhado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu tenho ciúme desse meu brinquedo. Ganhei de presente. - eu disse depois de colocar as compras no portamalas e entrar no carro de novo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O que faz um professor de segundo grau com uma Heckler & Koch no portaluvas?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Quase a mesma coisa que uma modelo com uma 9mm no bolso da jaqueta.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ei! Como sabe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah... Você não me engana; loura, olhos azuis, um rosto lindo, quase 1,80m de altura, magrinha... Você é modelo nas horas vagas ou já foi, num passado não muito distante.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É verdade... Já fui modelo, sim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu sabia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que mais você sabe a meu respeito?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nada, eu acho. Nem mesmo o seu nome.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não seja por isso. Isabela Müller.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- E você? O que sabe a meu respeito, Bela?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não se importa que eu a chame de Bela, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- N... Não.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Diga.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sei que você dá aulas de português e de inglês naquele colégio, que mora aqui, anda num cupê esportivo amarelo e tem um sedã verde escuro "de reserva". Mora sozinho num apartamento pequeno de três quartos por que quer, e não por falta de dinheiro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que mais?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que mais eu deveria saber?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Quem te mandou deveria tê-la informado de que eu sou um sujeito um pouco perigoso até quando estou desarmado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Como assim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu sou karateca e kickboxer.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Impossível. Eu teria sabido, se essas informações fossem relevantes.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não, não teria sabido. As informações não são relevantes porque não sou faixa preta. Mas elas deveriam ser porque não sou faixa preta por não ter querido fazer os últimos exames. Eu teria de tirar porte de armas para isso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Bonito você, heim? Quer dizer que tem uma Heckler & Koch no portaluvas e não tem porte de armas?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu não disse que não tenho. Disse que, pra pegar a faixa preta, teria de tirar. Isso poderia me tornar conhecido para uma ruma de traficantes de armas nojentos. Ah! Para a GREVE.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Fala deles com tanto desprezo quanto falaria de uma barata.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas eles são desprezíveis. Muito desprezíveis. E têm um nome ridículo. Aliás, dá pena saber que você trabalha pra eles, sabia? Pelo amor de Deus!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Quê?!</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Uma assassina de aluguel tão competente deveria escolher melhor para quem trabalhar. Ou vai me dizer que aceitou o serviço porque eles pagam bem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ehr... Eu...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Imaginei.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Isabela falou mais coisas a seu próprio respeito no caminho de volta para a minha casa. Falou tanto que não deu tempo de falar tudo só no caminho. Ficamos dentro do meu carro, no estacionamento do prédio, por mais de hora, enquanto ela dizia coisas como o quanto teria gostado de seguir a carreira de modelo, por exemplo. Quando chegou a esse assunto, começou a chorar, falou mais algumas coisas, pediu desculpa pela cena e...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Vai pra casa, Bela. Hoje não vai ser um bom dia pra você matar ninguém. Não conheço um só bom assassino de aluguel de sangue quente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tenho certeza de que o verme não se zanga se você demorar um diazinho a mais do que o esperado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É que...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Deixe disso. Vai acabar tendo um ataque de nervos, se me matar hoje. Volta amanhã. Já sabe onde é a minha casa, onde trabalho, que carros tenho... Vai ser fácil. Volta pra casa, descansa e amanhã você me mata.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Obrigada, Dé.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- De n...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não se importa que eu o chame pelo apelido, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não - corei.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Então até amanhã.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Saímos de dentro do meu carro. Enquanto eu abria e descarregava o meu portamalas ela entrou no conversível vermelho e arriou a capota. Fechei o portamalas e ela disse:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não pense que amanhã será tão fácil pra você quanto foi hoje.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não pense que amanhã será tão difícil pra você quanto foi hoje - eu disse com um sorriso malicioso no rosto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O que foi tão difícil?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Descubra amanhã. Você precisa descansar um pouco e eu também.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu te pego, professorzinho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Estou esperando. Beijo e até amanhã.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Até amanhã.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-86166377816645802812009-01-29T19:13:00.003-02:002009-01-29T19:42:46.631-02:00O sentido dos sentidos<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Não sei se acontece com vocês, se acontece com todos nem se é normal, mas hoje eu reparei uma coisa que achei bem esquisita. Levanta a mão aí quem um dia sentiu que os sentidos estavam todos aguçados - tá, não precisa levantar a mão. Vai ser engraçado alguém te ver na frente do computador com o braço erguido. Então...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu já reparei que toda manhã, quando acordo, a minha audição está absurdamente aguçada. Não só de manhã, na verdade. Depois daquele cochilo que a gente tira à tarde - pra matar a "depressão pós-almoço" - até mesmo o barulho da água do chuveiro caindo no chão torna-se ensurdecedor. Tudo bem, até aí, pra mim, é normal. O fato é que não é só isso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Hoje de manhã, quando estava chegando no trabalho, comecei a perceber essa mudança estranha. Deixei o carro com o manobrista e fui andando até a portaria do prédio - não deve dar mais que cem metros de caminhada. Nesses mínimos cem metros eu senti - juro que contei - quinze cheiros diferentes. E antes tivessem sido um cheiro de pipoca, outro de massa cozinhando, outro de cocô de cavalo - que são cheiros fortes e acho que qualquer um reconhece quando sente. Desses cheiros todos, posso dizer genericamente, que quatro eram cheiros de coisas podres, cinco eram cheiros de rua - fumaças, asfalto e pneu queimado - três de produtos de limpeza e três de perfumes.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Segundo assalto. Enfiei a mão no bolso da calça para pegar as chaves da porta do escritório, que ficam no mesmo molho de chaves em que levo as de casa. Pois pus a mão no bolso e, por mais incrível que me parecesse, reconheci a chave que fica imediatamente abaixo da maçaneta pela textura da cabeça da própria chave - seria fácil reconhecer a outra, pois é uma chave tetra. Como fiz isso? Nem eu sei. Enquanto destrancava a porta, percebi as inúmeras irregularidadezinhas dos meus lábios - que estavam ressecados - e de dentro da minha boca - às vezes, por nervosismo, mordo a pelezinha de dentro dela. São coisas que não costumo notar com facilidade e muito menos com a mesma precisão com que fiz hoje de manhã.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Terceiro assalto. Entrei no escritório, liguei o computador, o condicionador de ar e saí de novo para comprar o jornal do dia na banca de revistas ali perto. Tranquei a porta, peguei o elevador e... Que gosto é esse? Ah... A manteiga de cacau que eu passei assim que entrei no escritório. Nunca tinha reparado que ela não tem gosto do que quer que o rótulo diga que ela tenha. Na verdade, nunca tinha reparado nem que ela tem gosto, só que deixa a boca meio melequenta - do mesmo jeito que fazem os brilhos labiais das moças. Enfim...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E não parou por aí. Quem me conhece sabe que tenho hipermetropia, astigmatismo e estrabismo. Então, o último sentido que, pela lógica, poderia ficar aguçado por qualquer razão, é a minha visão. Mas mesmo ela teve lá suas alterações. Como caminhei até a banca de revista com a cabeça baixa, não percebi muita coisa diferente, mas eu não sabia que o asfalto tinha tanto mais que só cinza, branco e amarelo. Cheguei à banca, comprei o jornal e voltei. Desta vez, com a cabeça bem erguida. E fiquei impressionado com o número de cores que vi e percebi em outras cores enquanto voltava ao escritório. Não sabia que a cor prata da Fiat tinha o espectro azul e a prata da Chevrolet tinha o espectro cinza. "Espera, André, que coisa mais esquisita em que reparar." Mas é verdade. Dois Fiat Palio, dois Fiat Uno e um Fiat Marea prateados entre a banca de revistas e a portaria do prédio do escritório. A prata da Fiat tem, realmente, um fundo azul. Três Chevrolet Corsa, uma Chevrolet Meriva, dois Chevrolet Astra, um Chevrolet Vectra - e todos estes prateados. Engraçado, a prata da Chevrolet é, realmente, meio acinzentada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Agora... Por que diabos isso acontece? Alguma razão especial? Algum palpite? Se a resposta pra essas perguntas for "Não sei", "Não sei" e "Não", respectivamente... Bom... Bem-vindo ao Answerless.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-68313677300306689442009-01-14T11:09:00.003-02:002009-01-14T12:02:48.772-02:00Pra começar bem...<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">E por que não começar o ano falando de Letras e afins? Afinal de contas, não é essa a minha área de trabalho e estudo? Acho que, de vez em quando, esse tipo de assunto num blog é bem-vindo - será que eu usei direito esse hífen?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">--</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">O novo acordo ortográfico - opinião pessoal</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eis um assunto que há tempos eu penso em colocar em discussão aqui no Answerless. Um assunto que, diga-se de passagem, tem-me dado dor de cabeça desde que tomei conhecimento - e isso já faz um bom tempo. Qual é a opinião de vocês, leitores, a respeito desse novo acordo ortográfico?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Tenho salvo no meu computador um endereço eletrônico que traz, descritas e explicadas, as novas regras de ortografia da língua portuguesa. Depois de, finalmente, aceitar que as mudanças já foram feitas, aprovadas, que já estão em vigor e depois de ler e reler aquele troço sei lá quantas vezes eu me pergunto: pa-ra-quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Peço desculpas antecipadas por escrever "à moda antiga" daqui até o fim da postagem. Logo vocês entenderão por que.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Comecemos pelo hífen. Finalmente o uso desse tracinho enjoado ficou mais simples. Na minha cabecinha de vento as regras para o uso do hífen ganharam mais lógica. Contudo, devo dizer que foi a única mudança que achei positiva - entre as tantas feitas na nossa bela língua. Atentemos agora para os "podres".</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Por exemplo: o que passa pela cabeça de uma pessoa quando pensa em sumir com o acento de metade das paroxítonas e com acentos diferenciais? Pelo amor de Cristo! Não! Se "tem" e "têm" continuam diferentes na escrita e as pessoas sabem que o primeiro é singular e o segundo é plural, por que diabos sumir com o acento diferencial de "pára"? Não é ele, afinal de contas, que diferencia uma preposição de um verbo? Qual é, exatamente a utilidade disso?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Outro exemplo: por que tirar o acento de palavras como "paranoia"? Não é paranóia demais? Seguindo a mesma mecânica que faz com que uma poça seja uma "pôça" e não uma "póça", daqui a não muitos anos a nossa paranóia vai virar paranôia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Quem quiser discordar - com ou sem motivo - , que discorde. Não tem problema. Mas há mais para discutir. Uma mudança de derrubar o queixo: o sumiço do trema. Tudo bem, tudo bem. Perdi as contas de quantas pessoas já ouvi falar que acham um saco colocar aqueles dois pontinhos nojentos em cima do "u". Contudo, a maioria delas acha um saco ter de colocar acento em um monte de palavras. Só que - pelo amor de Deus! - ninguém dessas pessoas já pensou que, fatalmente, daqui duas ou três gerações, calculo eu - leiam como leriam até 31/12/2008, por favor - , a lingüiça vai virar linguiça, ninguém mais vai freqüentar lugar nenhum - e sim frequentar - e muitas pessoas não aguentarão muitas coisas que enfrentam no seu dia-a-dia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Certo, certo. Vá lá. Regras são regras e elas foram feitas para ser seguidas. Uns acentos a menos, uns tremas a menos, uns hífens mais assim e menos assado... Mas a mudança "suprema", aquela que não cabe na minha cabecinha, aquela que não me desce pela goela nem que empurrem, é a adoção de K, W e Y no nosso alfabeto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ai...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Para quê? Pergunto a vocês, leitores, e a mim mesmo: pa-ra-que, meu Deus do céu? Como professor de português, corretor de imóveis - que está sempre no meio de pessoas que usam palavras difíceis da administração, do direito e de outros ramos - e como - claro! - um rapaz de vinte e dois anos de idade, eu já não agüentava - quer dizer, já não aguentava - ouvir certas coisas. Quando me disseram, certa vez, que eu poderia fazer um <em>leasing</em> para comprar um carro novo, quase tive um enfarto. <em>Leasing</em> não quer dizer <em>financiamento</em>? Mais ou menos. Uma vez uma amiga minha disse que <em>leasing </em>quer dizer <em>arrendamento mercantil de não sei das quantas</em> - era um nome muito comprido e eu não lembro agora. Mas ainda que seja um <em>arrendamento mercantil de patati caixa de fósforo</em>, pra que diabos usar uma palavra que nada tem a ver com as nossas origens?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Outra situação. Um amigo foi para uma entrevista de emprego e me contou que o possível futuro chefe gostou muito dele e disse que pelo seu <em>know how</em>... Pára! Quer dizer, para! Não era muito melhor - e muito mais bonito - dizer que "... pelo seu <em>conhecimento</em>..."? Eu confesso que só não vou tocar em <em>shopping</em> porque eu, no momento, não sei como substituir essa palavra por uma que seja puramente portuguesa. Mas continuo achando que, para toda palavra, expressão ou termo que usemos em inglês, francês ou qualquer outra língua, existe uma palavra, expressão ou termo equivalente no portugês.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu, caríssimos leitores, detestei a tal reforma ortográfica. Ressalto, mais uma vez, que todo esse texto é apenas uma opinião pessoal. Não quero que ninguém se ofenda com as minhas palavras aqui. Mas ainda há mais um ponto em que tocar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Na primeira vez em que ouvi a respeito de reforma da língua portuguesa, acordo ortográfico, coisa e tal, o argumento era que isso serviria para unificar a língua de todos os países falantes de português. E eu torno a perguntar: pa-ra-quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu já quase fui esbofeteado em certas discussões sobre povos, culturas, línguas e afins. E tais - quase - bofetadas vieram seguidas de "língua é cultura", "cultura é feita de língua", "a língua de um povo é a sua identidade e ela faz dele um povo único". E agora eu me pergunto: cadê esse pessoal que fala essas coisas? Não tinha ninguém que pensasse dessa forma em meio às pessoas que aprovariam ou não o novo acordo ortográfico? Nunca na vida discordei de que língua é cultura e identidade. Jamais. Muito pelo contrário, concordo plenamente com essa idéia - quer dizer, ideia. Na verdade, é um fato e não só uma ideia. Agora que todos os povos que falam língua portuguesa têm as mesmas regras, a identidade deles - inclusive a nossa, brasileiros - , fica abalada? Alterada? Ou some de vez?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não, não some. Um povo é feito de cultura e a cultura é feita de mais que só a língua. Contudo, uma marca da identidade de todos os povos que falam o português acaba de sumir. Ou, por acaso, achais que não, caríssimos leitores? Não deixem de expressar a vossa opinião pessoal num comentário nessa postagem, certo?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Beijos e abraços a todos!</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-25281455459805590922008-12-28T21:43:00.004-02:002008-12-28T22:01:42.641-02:00Lobão<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Já dizia ele: "Não dá para controlar/ Não dá!/ Não dá pra programar/ Eu ligo o rádio e bláblá!/ Bláblábláblá, eu te amo". Pior é que não dá mesmo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Dia de shopping com o papai e as irmãs, cinema, trocar uma camisa que não coube... Dá pra dizer que é um dominguinho normal e feliz pra qualquer um. Mas sabe quando você, de repente, fica meio cabisbaixo, menho nhé, meio "nem tou a fim"?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não é nada. E é tudo. Os dois ao mesmo tempo. Nessas horas a gente lembra que tá com saudade da namorada que viajou, que tá completando meses de namoro com ela - só que longe dela - , nessas horas a gente se lembra de uma pessoa querida com quem não fala mais - mas adoraria ainda falar com ela - e mais um punhado de coisas pra encher a cabeça da gente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas por quê? Pra quê? Por que e pra que diabos a gente fica nessa cabisbaixice? Não serve pra nada, dá deprê, dá choro, dá cansaço que vem do nada, vontade de afundar a cabeça no travesseiro e não sair mais de lá.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E aí a gente lembra que trabalha amanhã. Mas isso aí nem...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">E aí a gente torna a pensar na namorada que tá longe e na pessoa querida com quem não fala mais. E vêm lembranças de todo jeito nas nossas cabeças. Na verdade, não de todo jeito. Quando você tá jantando com a sua mãe e vendo ela espetar uns cacos de salpicão com o garfo ao som de sei-lá-o-quê na Antena 1 que diz "I love you" você lembra só das coisas boas. E fica querendo voltar a ver aquelas pessoas queridas - a namorada que está longe e aquela com quem não se fala mais. Aí eu me lembrei do Lobão dizendo que não dá pra controlar. É engraçado isso, né?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Depois a gente vai pro computador, publica uma bobagem no blog ouvindo música deprê enquanto digita e, daí a umas horas, vai dormir.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;">Que amanhã é outro dia e tem que trabalhar de manhã cedo.</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-67929073381806625372008-12-24T03:33:00.005-02:002008-12-26T15:53:01.026-02:00Anyway (à Carolina Genú Nakazato)<span style="font-family:trebuchet ms;">Rising from the forgotten,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I tell you no lies,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Here come my words</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Rising from the forbidden,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I tell you no lies,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Here comes my look</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Searching for the untouched</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Words I didn't tell you</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Words you didn't hear</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Searching for the unknown</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Only you could tell</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Your answers, maybe</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Into the heart of darkness lies my hope</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">But there is, still, something that remains</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Into the heart of darkness lies my hope</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">To see you again</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot wait to look in your eyes any day</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot wait to see your face</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot say - whatever I have in my head</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot say it just anyway</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">There should have been a fusion</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Between love and hate</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">They should become one</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">But I just can't forget</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Our happiest days</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">They just haven't gone</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Into the heart of darkness lies my love</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Shouldn't I find it all too strange?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Into the heart of darkness lies my hope</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">To see you again</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot wait to look in your eyes any day</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot wait to see your face</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot say - whatever I have in my head</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot say it just anyway</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Never could I understand</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Never could I comprehend</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">What took you from my hands</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">How it all turned to sand</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">You could have come to me</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I could have come to you</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">You could have spoken to me</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I could have spoken to you</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">You could have understood me</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I could have understood you</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">But you don't want to see me</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">And still I want to see you</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Into the heart of darkness lies my love</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Buried deep into my chest</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Out of the heart of darkness I'll find us both</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">And maybe some rest</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot wait to look in your eyes any day</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot wait to see your face</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">I cannot say - whatever I have in my head<br />I cannot say it just anyway</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">--</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Anyway (Qualquer Jeito - Tradução)</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Levantando-se do esquecido,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não te digo mentiras,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Lá vêm minhas palavras</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Levantando-se do proibido,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não te digo mentiras,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Lá vem meu olhar</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Procurando o intocado</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Palavras que eu não te disse</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Palavras que você não ouviu</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Procurando o desconhecido</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Só você poderia dizer</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Suas respostas, talvez</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Dentro do coração das trevas jaz minha esperança</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas há, ainda, algo que resta</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Dentro do coração das trevas jaz minha esperança</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">De te ver de novo</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso esperar para olhar nos seus olhos qualquer dia</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso esperar para ver o seu rosto</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso dizer - que quer que eu tenha na minha cabeça</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso dizer simplesmente de qualquer jeito</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Deveria ter havido uma fusão</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Entre o amor e o ódio</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eles deveriam virar um só</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas simplesmente não consigo esquecer</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Nossos dias mais felizes</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eles simplesmente não se foram</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Dentro do coração das trevas jaz o meu amor</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu não deveria achar isso tudo muito estranho?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Dentro do coração das trevas jaz a minha esperança</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">De te ver de novo</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso esperar para olhar nos seus olhos qualquer dia<br />Não posso esperar para te ver de novo</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso dizer - que quer que eu tenha na minha cabeça</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso dizer simplesmente de qualquer jeito</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Nunca pude entender</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Nunca pude compreender</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">O que te tirou das minhas mãos</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Como isso tudo virou areia</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Você poderia ter vindo a mim</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu poderia ter ido a você</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Você poderia ter falado comigo</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu poderia ter falado com você</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Você poderia ter me entendido</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eu poderia ter entendido você</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas você não quer me ver</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">E eu ainda quero ver você</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Dentro do coração das trevas jaz o meu amor</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Enterrado fundo dentro do meu peito</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Fora do coração das trevas hei de nos encontrar</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">E, talvez, algum descanso</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso esperar para olhar nos seus olhos qualquer dia</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso esperar para ver o seu rosto</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso dizer - que quer que eu tenha na minha cabeça</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Não posso dizer simplesmente de qualquer jeito</span>Anonymousnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-19784393670705312152008-12-07T14:59:00.004-02:002008-12-07T15:28:31.096-02:00Gê, Eneú e a Zica (por Isabela Pinheiro)<span style="font-family:trebuchet ms;">- Achei que você fosse demorar bem mais pra chegar.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não... Demorar mais do que eu já demorei seria muita perda de tempo. Faz muito tempo desde que eu saí de lá.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Onde é mesmo que você estava?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah, é verdade. Não te contei. Na casa do Eneú.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Você demorou muito lá. O que foi?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Pois é. Até agora eu não sei explicar direito. Não sei nem por onde começar. Na verdade, não sei nem se devo.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por quê? Você não gostou de ter ficado por lá?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu não sei, pra ser sincera, Zica.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu, heim, Gê... Como não sabe se gostou?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sei lá... Às vezes eu acho que passei tempo demais na casa dele. Acho até que esqueci um monte de coisa lá.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Esqueceu ou deixou de propósito? Você não está com muita cara de quem quis trazer o que levou.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Eu também não sei. Ainda estou meio perdida. Ele quis me dar umas coisas pra eu trazer, mas também não trouxe.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Por quê, Gê? Ficou doida?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não, sei, Zica! Não sei, não sei, não sei de coisa nenhuma.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas você vai voltar lá pra buscar pelo menos as coisas que ele quis te dar, né? O que era, por falar nisso?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ah... Uma almofada.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Mas não eram "as coisas"?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É verdade. Mas é uma almofadona em forma de coração com um monte de coisas escritas.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tipo o quê?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Umas palavras soltas. Tipo carinho, respeito, amizade, confiança...</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Coisas que, a essa altura não fa-</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não fazem sentido nenhum pra mim.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tem certeza?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ai, Zica! Você fica me dificultando! Já tou meio desnorteada depois de sair de lá e você fica me falando essas coisas! Parece que é de propósito. Eu só sei que...</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sabe...?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nada.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Fala, Gê.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Nada, não.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Fala. Você vai acabar entregando cedo ou tarde. Fala logo.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Não sei... Eu tenho a estranha sensação de que eu vou ser sempre bem-vinda pro Eneú.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Pra quem saiu de lá do jeito que você saiu, essa sensação é bem... diferente, né?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Fazer o quê? Ele passa isso! Eu não sei como, pra ser sincera. Mas eu tenho essa forte impressão de que eu vou sempre ser bem-vinda pra ele.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Pera um pouco... Deixa eu atender o telefone aqui. Alô?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Zica?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Sou eu.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É o Eneú, tudo bem?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Oi, moço. Tudo bem, e você?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É... Mais ou menos. Deixa eu perguntar uma coisa. Você vai encontrar a Gê por esses dias?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- V... Vou... Por quê?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Pode passar um recado pra ela, por favor?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Posso, Eneú. O que quer que eu diga?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- É que ela foi embora daqui meio de repente. Eu ia dar uma almofada pra ela, mas nem deu tempo de entregar.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Hum.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Diz pra ela, por favor, que, quando ela quiser ela pode pegar. Se ela quiser, eu posso levar pra ela também.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tá bom. Pode deixar.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Brigadão, viu?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- De nada, moço.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Beijo.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Beijo. Tchau.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Tchau.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Quem era, Zica?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Era ele.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O Eneú?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Ele mesmo.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- O que ele disse?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que quando você quiser a almofada, ele te dá e, se você quiser, ele leva ela pra você.</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- ...</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">- Que foi?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Isabela Pinheiro</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span>Anonymousnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4225560853533573746.post-56996394938882182052008-11-25T09:10:00.002-02:002008-11-25T09:15:23.519-02:00Não, não foi abandonado! Vol.2<span style="font-family:trebuchet ms;">Meus caríssimos leitores e minhas caríssimas leitoras,</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Tudo bem que já faz quase dois meses que não aparece nenhuma postagem nova nesse blog, mas não, ele não foi abandonado - não na teoria. =P~~</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Devido a muitas bagunças - no estilo trabalho, estágio, estudos e outras coisas que ocupam o nosso tempo de maneira que não nos deixa escolha senão deixar o tempo ser tomado - o blog ficou um bom tempo parado. Contudo, dentro em breve haverá postagens novas e, quem sabe, outras coisas novas - não perguntem o quê, ainda estou pensando.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Beijos e abraços a todos e até breve!</span>Anonymousnoreply@blogger.com2